terça-feira, 15 de outubro de 2024

ESCOLA SANTA TERESINHA, 100 ANOS

Publicado em 6 de agosto de 2024, às 9:35
Fonte: EDMILSON SANCHES PALESTRAS – CURSOS – CONSULTORIA Administração (Pública e Empresarial) – Biografias – Comunicação – Desenvolvimento – História – Literatura CONTATO: [email protected] www.edmilson-sanches.webnode.page EDMILSON SANCHES Administrador público, consultor, jornalista, professor. Do Conselho Regional de Administração. Do Conselho Regional de Contabilidade. Da Academia Maranhense de Ciências. Do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Da Academia Panamericana de Letras e Artes. Da União Brasileira de Escritores (UBE-SP). Membro de Academias e Entidades dos Estados do Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Estados Unidos. Autor de dezenas de livros nas áreas de Administração, Biografias, Comunicação, Desenvolvimento, Economia, História e Literatura. No Serviço Público, foi assessor da presidência da maior Instituição Financeira de Desenvolvimento Regional da América Latina e foi secretário e subsecretário de Desenvolvimento, Governo, Projetos Estratégicos, Comunicação e Cultura. Presidente de Honra de Conselho Municipal de Educação.
  • 2024: 120 anos de fundação da Congregação das Irmãs Missionárias Capuchinhas
  • 2024: 160 anos de Ensino Público em Imperatriz
: A Escola Santa Teresinha, das Irmãs Missionárias Capuchinhas, que completou 100 anos em 3 de agosto de 2024, em Imperatriz (MA). Imagem cedida pelo autor.

Neste ano de 2024 registram-se duas grandes datas relacionadas à Educação em Imperatriz (MA).

São os 160 anos de criação formal, legal, oficial, do Ensino Público ou “instrução pública” no município e os 100 anos  — um século! —  de fundação da Escola Santa Teresinha, das Irmãs Missionárias Capuchinhas.

O que Imperatriz e os imperatrizenses fazem com datas e eventos assim, já se sabe. Nada  — ou quase. Cem anos é só uma vez. O que era para ser uma apropriação coletiva, comunitária, o que era para ser motivo de celebração uníssona, de confirmação e ampliação da “imperatrizensidad”, do sentimento de pertença (“ownership”), fica reduzido às ações pontuais, endêmicas, institucionais; fica restrito a pequenas parcelas da grande sociedade de Imperatriz.

O que Imperatriz e os imperatrizenses fazem com datas e eventos assim, já se sabe. Nada. Ou quase isso. Ou nada disso. O que era para ser uma apropriação coletiva, comunitária, o que era para ser motivo de lembrança, comemoração, confirmação e ampliação da “imperatrizensidad”, do sentimento de pertença (“ownership”), fica reduzido às ações pontuais, endêmicas, fica restrito a pequenas parcelas da grande sociedade de Imperatriz. Isso, quando acontece…

Em 11 de julho de 1864, pela Lei nº 717, o Governo maranhense criou, para meninos e meninas, as chamadas “cadeiras de primeiras letras”. Em 1865 abriram-se inscrições para concurso para professor dessas “cadeiras” e em 1866 realizaram-se as provas. Foi nomeado para Imperatriz apenas um aprovado:  Francelino de Carvalho Sanches, que não chegou a dar aulas, pois logo foi transferido para outro município maranhense…

Alunos na década de 1990 (o primeiro à direita, meu irmão Wendel Sanches). Imagem cedida pelo autor.

Houve outras nomeações. Mas os nomeados não queriam vir para Imperatriz. Foi assim, em 1867, que coube a um padre e educador, Domingos Elias da Costa Moraes, criar um estabelecimento de ensino e dar as primeiras aulas… Padre e professor destemido, inclusive fazendo viagens para denunciar na capital maranhense, São Luís, a precária situação da Educação de uma Imperatriz que, em 1867, mal debutava, completando 15 anos após sua fundação em 1852 por outro religioso, Frei Manoel Procópio do Coração de Maria  —  de quem, aliás, o padre Domingos era delegado literário substituto. (Leia sobre o padre e educador Domingos Elias da Costa Moraes no texto da próxima terça-feira, 13/08/2024).

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Portanto, não só Imperatriz nasceu sob as bênçãos de um religioso. Na prática, sua Educação também.

E, na prática, a Educação imperatrizense, pelas mãos e mentes de membros de Instituições Religiosas, tem em 2024, neste 3 de agosto, mais outro grande trunfo e triunfo: a Escola Santa Teresinha, referência regional em Ensino e uma missão educativa das Irmãs Missionárias Capuchinhas, cuja Congregação foi fundada em 18 de dezembro de 1904, na Igreja Nossa Senhor Auxiliadora, em Belém, Pará, pelo frade italiano João Pedro de Sexto São João (nascido Clemente Recalcati, 1868-1913) e cinco cofundadoras, as jovens irmãs capuchinhas, recém-consagradas, Irmã Clara Maria de Canindé (Ana Xavier Macambira), Irmã Inês de Santa Quitéria (Maria Barbosa Cordeiro), Irmã Isabel Maria de Canindé (Francisca Barbosa Magalhães), Irmã Madalena Maria de Canindé (Maria de Nazaré dos Santos Lessa) e Irmã Verônica de Canindé (Cecília de Paula Pimenta), levadas do Ceará pelo frade para trabalhos missionários e educativos no estado do Pará.

Alunas em desfile de 7 de Setembro, em 1962. Imagem cedida pelo autor.

O dia 3 de agosto de 1924 marca o início das aulas e também é considerada a data oficial de fundação da Escola Santa Teresinha. Nesse mesmo ano Imperatriz era elevada à categoria de cidade por Godofredo Viana, o mandatário estadual maranhense da época. Também em 1924 lançava-se o livro “O Sertão”, obra que é um marco na historiografia maranhense e brasileira e cuja autora, Carlota Carvalho, foi professora e morou em Imperatriz.

As fundadoras da Escola foram as irmãs Irmã Águeda Maria de São José (Severina Maria Guedes, 1885-1966), Irmã Eleonora Maria de Quixeramobim (Raimunda Nonata de Oliveira, 1902-1972), Irmã Judith Maria de Fortaleza (Isaura da Costa Rodrigues, 1893-1983) e, chegando dias depois, Irmã Júlia Maria de Barra do Corda (Maria José Varão, 1901-1995).

O novo estabelecimento de ensino teve, inicialmente, a denominação de Escola Santa Teresinha do Menino Jesus. A partir de 02/02/1929, Colégio Santa Teresinha do Menino Jesus. Em 15/11/1943, reduz o nome para Educandário Santa Teresinha. Em 01/09/1960, o estabelecimento de ensino dá a denominação de Escola Normal Regional Santa Teresinha para seu curso de formação de professores, cujo ato solene de inauguração ocorreria em 03/03/1961, com o início das aulas, ministradas no mesmo prédio e no período vespertino. O nome Educandário Santa Teresinha permaneceu com a Escola, para o Ensino Primário. Dez anos depois, em 1971, o nome foi alterado para Escola Normal Ginasial Santa Teresinha. No ano seguinte, 1972 (com formalização pelo Conselho Estadual de Educação em 1973), as duas unidades (Educandário e Escola Normal) unificaram-se, formando um só estabelecimento educacional  — Escola Santa Teresinha.

O NOME – O nome da escola, “Santa Teresinha” (no começo, “Santa Teresinha do Menino Jesus”), não tem a ver com Santa Teresa d’Ávila (também chamada Santa Teresa de Jesus), padroeira de Imperatriz.

Santa Teresinha (nome mais curto) ou Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face (nome religioso completo) chamava-se Marie-Françoise-Thérèse Martin, era espanhola, nasceu em 1873 e faleceu em 1897. Era também chamada Teresa de Lisieux, nome adotado em razão da cidade francesa onde desde os 15 anos viveu.

Santa Teresa d’Ávila ou Santa Teresa de Jesus chamava-se Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada, era francesa e viveu três séculos antes de sua quase homônima: nasceu em 1515 e morreu em 1582. O nome Ávila refere-se à província espanhola de Ávila, de que faz parte Gotarrendura, cidade nascimento de Santa Teresa, antes pertencente ao Reino de Castela, hoje comunidade autônoma de Castela e Leão.

Além da Fé, o que une as duas religiosas é terem pertencido à mesma Ordem, a dos Carmelitas Descalços, iniciada por Santa Teresa d’Ávila e por São João da Cruz, também frade espanhol. A Ordem dos Carmelitas Descalços deriva da Ordem do Carmo, fundada em Israel em 1200.

Diploma para Edmilson Sanches, por “atuante desempenho” como presidente do Grêmio do Colégio São José, também das Irmãs Capuchinhas, em Caxias (MA). Imagem cedida pelo autor.

O nome Santa Teresinha foi dado pelo frei Bernardino de Mornico, que nos idos de 1924 era vigário capitular de Grajaú, município maranhense de cuja diocese Imperatriz fazia parte. (“Vigário Capitular” é o padre responsável por uma diocese na ausência  — por morte ou transferência —  do seu bispo). Frei Bernardino era da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Chamava-se Reinaldo Fratus de Balestrinis, era italiano de Mornico (daí seu nome religioso), em Bérgamo, onde nasceu em 30/10/1890. Foi ordenado em 08/12/1914 e faleceu em 20/05/1948.   

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Eu estudei os três anos do Ensino Médio em uma escola das Irmãs Capuchinhas — o Colégio São José, em Caxias (MA). A diretora era a Irmã Maria Gemma de Jesus Carvalho, à época chamada Irmã Clemens. Fui presidente do Grêmio Santa Joana d’Arc durante os três anos, no primeiro ano substituindo o presidente eleito (fui o segundo colocado) Roldão Ribeiro Barbosa, que viajou, e nos dois anos seguintes fui eleito e reeleito. Por isto — e pelo trabalho inovador que fiz na gestão do Grêmio — recebi “Diploma de Honra ao Mérito” do Colégio São José, assinado pela diretora. Também, na conclusão do Ensino Médio, fui o orador da turma, cujo curso profissionalizante foi Contabilidade.

Irmã Maria das Neves Franco, que foi diretora da Escola Santa Teresinha e hoje é superiora geral da Congregação das Irmãs Capuchinhas, contou-me que, todas as vezes que encontrava a Irmã Maria Gemma, esta procurava saber do ex-aluno Edmilson Sanches. Eu também, todas as vezes que ia a Caxias, visitava a Irmã Gemma, seja no Colégio São José, seja na residência das Irmãs — onde, aliás, a Irmã Maria das Neves Franco esteve em seu período inicial na ordem.

Pelo menos duas outras irmãs capuchinhas do Colégio São José, de Caxias e conhecidas minhas, prestaram bons serviços às suas colegas e confraternas da Escola Santa Teresinha, de Imperatriz: Irmã Eucaristia e Irmã Rita Carvalho (que foi diretora do São José; atualmente é a Irmã Suely).

Parabéns à Escola Santa Teresinha, orgulho da Educação imperatrizense, maranhense e brasileira.

EDMILSON SANCHES

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