Na política, nos negócios, na Justiça e nas interações coloquiais diárias, fazer acordos é uma necessidade para a realização de interesses e a consecução de objetivos em comum. Cumprir acordos é fundamental para estabelecer e manter relações de confiança, seja em circunstâncias pessoais, profissionais ou sociais.
Existe uma gama infindável de acordos realizáveis. Porém, de modo resumido, podemos categorizá-los como: formais (judiciais ou extrajudiciais – contratos ou acordos legais) e informais (consigo mesmo ou com terceiros, como promessas entre amigos/parceiros). Aqueles são produtos de situações de conflito/desconfiança que tomaram proporções que vão além da palavra falada. Estão consignados em documentos (peças jurídicas) e tem como fundamento provérbio em latim: Verba volant, scripta manent (As palavras voam, os escritos ficam). Estes são resoluções relacionadas a decisões de cunho pessoal, que independem da apreciação do Estado, e que se concentram fortemente no comprometimento ético dos envolvidos.
Acordos são como “pilares” que sustentam nossas interações diárias. Fazer acordos acontece em um ecossistema de razoabilidade, proporcionalidade, respeitabilidade e até empatia. Norteados por princípios que visam alcançar a resolutividade com ética. Quando as pessoas cumprem o que foi acordado, isso gera um ambiente de previsibilidade e respeito mútuo. Além disso, o cumprimento de acordos contribui para a construção de uma sociedade mais justa e coesa, sendo crucial para manter a confiança e a estabilidade nas relações interpessoais e sociais. Independentemente do contexto, cumprir um acordo demonstra responsabilidade, ética e engajamento.
Apesar de não haver uma fórmula eficaz para o cumprimento de acordos, algumas atitudes tendem a otimizar os resultados: comunicação clara (os termos devem estar bem definidos e compreensíveis); realismo (o que for acordado deve estar de acordo com a capacidade de realização das partes); monitoramento e acompanhamento (de prazos, metas e resultados); flexibilidade e transparência (a dinâmica pode exigir modificações pontuais que devem ser negociadas); comprometimento (firme propósito de realizar eticamente o acordo).
Por meio de acordos, indivíduos, empresas e governos estabelecem relações de confiança, reciprocidade e respeito mútuo, o que pode gerar diversos benefícios: segurança jurídica (estabilidade, previsibilidade, resolução de conflitos); eficiência e economia (eficácia e produtividade); fortalecimento das relações (construção e manutenção da confiança); credibilidade e reputação positiva (respeito mútuo); desenvolvimento, pessoal, social e econômico (contribuição para a sociedade); etc.
Evidencie-se que um “acordo não escrito” refere-se a um entendimento ou acordo tácito entre pessoas ou grupos, que não foi formalizado por escrito ou de maneira explícita. Esse acordo pode surgir em várias situações, como relações interpessoais, negócios ou até mesmo em conjunturas sociais. Embora não haja um documento oficial, ele pode ser tão significativo quanto acordos formais, pois é baseado na confiança mútua e nas expectativas compartilhadas.
Por outro lado, dizem que a política é arte de fazer acordos (informais). Mas será que “acordo não escrito” também tem validade? Mesmo se não houver uma previsão expressa de sanção (punição) os acordantes podem ser responsabilizados por eventual descumprimento ou isso ficará tão somente na seara da coerção social e/ou do comportamento moral individual?
Fiz uso da palavra política (no sentido partidário) porque para chegar ao poder geralmente acordos são modificados rapidamente (até de modo unilateral, injusto e antiético) e o rival de hoje poderá ser o aliado de amanhã. Essa “diplomacia” (administração de relações às vezes conflitantes) parece ir de encontro ao que eticamente se espera quando um acordo é firmado.
E essa insegurança faz nascer a sensação de ineficácia daquilo que não estiver registrado e/ou homologado juridicamente, pois quando alguém não cumpre um acordo, isso pode levar a conflitos, incredulidade e até mesmo ações legais. Portanto, a importância de cumprir acordos está relacionada à manutenção da harmonia e da integridade nas relações humanas. Ou seja, se para algumas pessoas já é difícil cumprir com o que está formalizado, é improvável acreditar que honrarão pactos não formais. Conhece alguém assim?
E, respondendo à questão citada acima, “acordo não escrito” pode ser válido (capaz de produzir os efeitos esperados), porque embora não haja uma penalidade de forma clara e explícita, quem o infringir (e isso causar prejuízo ao outro) poderá ter que ressarcir algum prejuízo moral e/ou material ou incidir em alguma tipificação penal, além de ficar à mercê do “julgamento” da coletividade por causa do sentimento de “traição” que geralmente paira no ar.
Cumprir acordos é essencial para o sucesso e a harmonia em diversos aspectos da vida. É um dever ético e legal que beneficia não apenas as partes diretamente envolvidas, mas toda a sociedade. Ele fortalece a confiança, constrói reputações positivas e cria um ambiente de estabilidade e respeito. Com acordos exitosos, construímos um mundo mais justo, confiável e próspero para todos. Honrar seus compromissos é uma prática valiosa tanto para o crescimento pessoal quanto para o bem-estar coletivo. Você cumpre seus acordos?
Uma resposta
Cumprir acordos é essencial para uma boa relação entre pessoas e sociedades.
Parabéns! Dr. Cláudio Santos, você é extraordinário…