“Creio na ilusão sincera que se porta diante do homem como uma noiva virgem despida de qualquer pudor”
Como acessar o vasto mundo do desconhecido que é nosso interior, também chamado de eu? Esforçamo-nos tanto para entender o lado de fora, e até para ler o pensamento dos outros que negligenciamos os mundos que habitam o nosso ser.
Passamos anos e anos a pesquisar, e a tentar entender a história da humanidade, a presença e extinção dos dinossauros, a explorar o espaço sideral e, até os oceanos, que deixamos de explorar as profundezas do nosso ser.
“Quanto mais nos conhecemos, tanto mais clareza existirá” ensina o filosofo indiano Jiddu Crishnamurti. Para ele, “enquanto eu não compreender a mim mesmo, em minhas relações convosco, sou eu a causa do caos, da miséria, da destruição do medo, da brutalidade”, explica o sábio, ao falar sobre a importância do autoconhecimento.
Qual seria o caminho de acesso a esse mundo interior que nos conduziria ao autoconhecimento?
Sem dúvida habita aí, um grande quebra-cabeça. A certeza que aparece é que esse mundo existe, sendo ele o grande responsável pela manifestação do que representamos e apresentamos exteriormente. Somos, portanto, a exteriorização do pouco, inconscientemente acessado, ou pode se dizer, negligenciado mundo interior, e às vezes nem sabemos disso.
Pra viajar ao espaço gastam-se milhões de dólares, infinitas horas de pesquisas, e a incerteza da volta. O mesmo esforço é para implementar as poderosas máquinas para explorar os mistérios das profundezas dos mares. E o que é preciso, e o que se gasta para viajar pelas profundezas do ser?
Por que rimos?
Por que choramos?
Por que mentimos?
Por que ficamos zangados?
Porque enganamos?
Por que mantamos, nossos semelhantes?
O que nos faz maus, e o que nos faz bons?
O que nos faz pensar?
De onde viemos, aonde vamos?
A existência humana acaba mesmo com a morte?
O que acontece com a consciência, e o que nela fica registrado quando o corpo não resiste mais ao peso da alma? Adormece, ou consciente fica inerte em algum lugar do universo observando o todo e aguardando, para outras missões, algum comando da Força que a criou?
Uma certeza aparece quando ocorrem essas “viagens” e nosso encontro com o EU : não se volta pior. No mínimo, melhora-se a relação conosco e com o mundo exterior.
Diante de todas essas inquietações não há como não concluir, que de fato somos uma poderosa e complexa máquina formada por uma sequência e encadeamento de células, moléculas, átomos, e engenhos químicos. Enfim, mundos onde estão insertos os elementos que formam o universo ao qual estão abrigados, não os segredos, mas os mistérios sobre a nossa presença aqui.
A pergunta que se segue a tudo isso é: como, e de que forma, ter acesso a esses mistérios para, pelo menos se chegar perto da chamada autocompreensão?
Finalmente, chega-se à conclusão que além do risco do não retorno, quanto mais se voa pelo espaço, ou mergulha-se nas profundezas dos oceanos, mais ficamos distantes do “universo eu”;.