Passividade, agressividade e assertividade são estilos de comportamento que refletem como uma pessoa pode interagir com outros, especialmente em situações de conflitos, ou ao expressar suas necessidades e desejos.
Na passividade o sujeito geralmente tende a evitar confrontos e a suprimir suas próprias necessidades em favor dos outros. Geralmente apresenta dificuldade em dizer não e frequentemente coloca os desejos dos outros acima dos seus. A comunicação geralmente é indireta, suave e hesitante, com evitação do contato visual e utilização de linguagem corporal que remete a submissão. Esse comportamento pode levar a sentimentos de frustração, ressentimento e baixa autoestima, pois as próprias necessidades não são atendidas. Isso pode no médio longo prazo levar à falta de respeito dos outros.
No comportamento caracterizado pela agressividade, o sujeito geralmente expressa suas necessidades de maneira hostil, com desrespeito aos outros buscando invariavelmente o domínio e o controle nas relações. Geralmente usa de linguagem rude e ameaçadora, tende a interromper e impor suas vontades. Isso produz como consequências frequentes conflitos, ressentimento dos outros e relações bastante esgarçadas e deterioradas. O automonitoramento pode ser uma alternativa eficaz no sentido de produzir mudanças tanto nos comportamentos de agressividade como nos de passividade. Receber feedbacks também pode ser uma saída, considerando que nem sempre temos total clareza de como nos comportamos. Importante também saber ouvir como o nosso comportamento afetou o outro por meio do relato verbal do outro, mas, para isso, a condição sine qua non é uma verdadeira abertura e disponibilidade a ouvir o outro e a perceber que sempre podemos mudar e que é absolutamente salutar desenvolver a capacidade de processar mudanças em nossos comportamentos de modo a tornar nossas relações mais saudáveis.
Diferentemente da passividade e da agressividade, temos o comportamento de assertividade, que é caracterizado pela capacidade do sujeito expressar suas necessidades e sentimentos de maneira clara e respeitosa, bem como pelo senso de respeito aos direitos dos outros. Uma pessoa assertiva, comunica-se de forma direta e honesta, mantém a calma, usa “eu” em vez de ‘você” para evitar acusações e sempre foca o feedback no comportamento e não na pessoa que praticou o comportamento. O comportamento de assertividade melhora a autoestima, promove relações saudáveis e equilibradas e reduz conflitos. A psicologia das habilidades sociais ou das relações interpessoais tem ganhado cada vez mais relevo, sobretudo, considerando que, as dificuldades no campo dos relacionamentos constituem a base de grande parte das queixas clínicas psicológicas e psiquiátricas. Poderíamos dizer que o Treino em Habilidades Sociais (THS) é a tendência atual e futura do campo de quem atua com relações humanas, em especial psicologia.
Referência
Del Prette, A. & Del Prette, Z. A. P. (2008). Psicologia das relações interpessoais: Vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis: Vozes