Desenvolvimento de pesquisa, congressos, prazos de inscrição, esses são alguns temas das últimas publicações nas redes sociais das Instituições de Ensino de nível Superior em Imperatriz. Um retrato do avanço e das possibilidades que podem ser encontradas na cidade se tratando de Educação.
Imperatriz ao longo dos anos, e principalmente, depois da virada do milênio – nos anos 2000 – carregou e tem construído a reputação de “polo universitário”. Na década de 1990, as sementes do ensino superior começaram a brotar em Imperatriz, marcando o surgimento das primeiras faculdades privadas na cidade. Instituições como a FACIMP (Faculdade de Imperatriz) e a Faculdade Christus despontaram como pioneiras, abrindo caminho para uma nova era de oportunidades educacionais
Quando consideramos a oferta de cursos presenciais e à distância (EAD), torna-se evidente que a antiga necessidade de buscar um diploma nas capitais São Luís e Belém devido à falta de oportunidades já não é tão premente. Não é somente a chegada das IES, é também a qualidade do ensino ofertado, o desenvolvimento do tripé da educação: Ensino, Pesquisa e Extensão, que favorece para que Imperatriz, em 2024, possa dizer que alcançou a promessa de se tornar um polo universitário.
A notícia compartilhada no Instagram do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (Ufma/Imperatriz), anunciando a posse da professora e pesquisadora Leila Sousa na diretoria da ABEJ (Associação Brasileira do Ensino em Jornalismo), destaca a relevância e o impacto das atividades realizadas em Imperatriz. Isso reflete o reconhecimento e o respeito, evidenciando que o ensino superior na cidade é produtivo e comprometido.
Para além do Maranhão
A participação da Professora Leila Sousa na diretoria da ABEJ não apenas reflete sua competência e dedicação, mas também evidencia o protagonismo do Maranhão no cenário nacional do ensino de Jornalismo. A professora, em entrevista, destaca a necessidade dos espaços para estados que estão mais distantes do eixo Rio de Janeiro x São Paulo, principalmente, possibilitando evidenciar as características do fazer jornalismo que muitas vezes se diferencia dos grandes centros.
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Além disso, as pesquisas desenvolvidas em Imperatriz sob a coordenação das professoras Leila Sousa, Michelly Carvalho e Luciana Souza, no Núcleo de Pesquisa Maria Firmina têm ganhado destaque nacional e até mesmo internacional, sendo reconhecidas com diversos prêmios. Essas pesquisas abordam temas relevantes como as relações de gênero e comunicação, oferecendo insights valiosos para entender não apenas a realidade local, mas também questões mais amplas da sociedade brasileira.
Esse reconhecimento das pesquisas de Imperatriz não só eleva o nome da cidade no cenário acadêmico, mas também contribui para o desenvolvimento regional, ao atrair investimentos, fomentar o turismo cultural e fortalecer a identidade local. Nos últimos cinco anos, as IES em Imperatriz foram agraciadas com o Prêmio FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão), demonstrando a qualidade e relevância das pesquisas realizadas. Esse reconhecimento reafirma o compromisso das instituições de ensino superior da região com a excelência acadêmica e a produção de conhecimento que impacta positivamente não apenas o Maranhão, mas todo o país.
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O sonho da autonomia e a reafirmação de espaços
Em novembro, a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) celebrará 8 anos de existência, representando um marco importante no panorama educacional da região. Desde sua criação, em 2016, a UEMASUL tem experimentado um crescimento contínuo, ampliando sua presença através dos campi nas cidades de Imperatriz, Açailândia e Estreito. Além disso, o programa “Caminhos do Sertão” foi desenvolvido com o objetivo de estender os serviços educacionais da universidade para outras localidades da chamada região sudoeste do Maranhão, promovendo o acesso à educação superior em áreas antes carentes desse tipo de oferta.
Em meados da década de 80, durante a transição da Federação de Escolas de Superiores do Maranhão (FESMA) para Universidade Estadual do Maranhão, já se debatia a necessidade de autonomia na gestão dos centros da UEMA no interior do estado. Surgiu então o coletivo “Autonomia e Luta”, composto por professores, alunos e movimentos sociais, que defendiam a descentralização e democratização do ensino superior no estado. Após anos de mobilizações, em 1 de novembro de 2016, o governador Flávio Dino sancionou a lei nº 10.525 que criou a UEMASUL, um marco para a educação na região.
Mesmo durante a pandemia da Covid-19, a UEMASUL conseguiu se posicionar enquanto produtora de conhecimentos e desenvolveu trabalhos significativos para a manutenção da segurança e combate à doença. Em 2022, nós conversamos com a então reitora a professora Dra. Elizabeth Nunes Fernandes que falou sobre os 5 primeiros anos da universidade e os desafios enfrentados.
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Seguindo a mesma direção da UEMASUL está a mobilização para a criação da Universidade Federal da Região Tocantina do Maranhão (UFAMA). A expectativa é que a criação da UFAMA traga um impacto substancial na região, facilitando o acesso à educação de qualidade, impulsionando a pesquisa e inovação, e elevando o status de Imperatriz como um polo educacional de excelência.
A busca por autonomia de decisões e mais liberdade de atuação das universidades faz parte do crescimento do ensino superior em Imperatriz, o que impacta de forma significativa na economia. Com o aumento do número de estudantes matriculados nas faculdades e universidades da cidade, há uma demanda crescente por serviços relacionados, como moradia estudantil, transporte, alimentação e lazer. Isso estimulou e estimula a atividade econômica em diferentes setores, gerando empregos e oportunidades de negócios para os moradores locais.
Para o pós-graduado em Economia e pesquisador da área de Economia do Conhecimento, Jorge Brito, a presença de uma comunidade acadêmica diversificada e qualificada contribui para a formação de um ambiente intelectualmente estimulante, favorecendo a inovação, o empreendedorismo e a criatividade.
“A presença de uma universidade como polo universitário pode impulsionar o desenvolvimento socioeconômico de uma cidade. Atração de talentos, estímulo à inovação, transferência de tecnologia para o setor produtivo, criação de empregos qualificados e formação de capital humano são alguns dos impactos positivos observados. Investimentos em educação superior e pesquisa são fundamentais para o crescimento sustentável e inclusivo da região”, disse.
Imperatriz se coloca hoje como uma grande potência do ensino, recebendo prêmios, sediando congressos renomados, desenvolvendo pesquisa e formando profissionais qualificados. A cidade está preparada para continuar sua trajetória de crescimento e inovação, mantendo-se firme em sua identidade como um centro de conhecimento e oportunidades para as gerações futuras. O que era um sonho no passado tornou-se uma realidade vibrante e promissora para Imperatriz, que ainda tem muito a conquistar e contribuir para o cenário educacional e socioeconômico do Maranhão e do Brasil.