(Originalmente escrito em 2015)
Não faz nem muito tempo assim, só rico ou remediado tinha telefone em casa. Tanto era o valor que ao adquirir uma linha o cidadão ou cidadã, tornava-se acionista da então Telebrás. O tempo é o senhor razão, diz-se!. As ondas do tempo fluíram e ei que que telefone deixou de ser símbolo de luxo, e hoje é possível dizer que todos os brasileiros têm acesso a uma linha telefônica, principalmente a móvel. Fixa, só linhas comerciais, e muito raramente. Uma verdadeira revolução.
Ao que era tão somente um implemento de comunicação à distância, foram agregadas novas tecnologias de comunicação. Hoje, como é notório, não só se ouve, mas pode se ver, em tempo real o interlocutor, ou se não quiser, pode-se simplesmente digitar, ou falar, o que quer que o outro ou grupo leia e ilustrar a conversa com fotos e vídeos. Não se espante, se em breve, essa maquininha começar a captar as ondas cerebrais e por si, digitar o que sua extensão estiver pensando.
Esses aparelhinhos com seus agregados aplicativos provocam hoje uma verdadeira revolução comportamental no comércio, na indústria e na educação, contudo, como toda inovação, apresenta o lado positivo e o negativo.
Ao positivo, se agregam a velocidade da informação e seus desdobramentos. Ao negativo, e esse já pode ser fortemente sentido, se juntam um “novo modelo” de comunicação interpessoal e o valor “sentimental” que as pessoas passaram a ter por esses aparelhos. Tem gente que passou “a depositar toda a vida no celular. Senhas, fotos permitidas e proibidas, mensagens, vídeos domésticos, contatos comerciais e anotações das mais diversas. Para alguns, mais do que falar e ouvir, o brinquedo se tornou uma peça de primeira necessidade.
Na semana que passou dois episódios tendo o celular como “personagem” me chamaram a atenção e denotam fortemente o lugar que esse bichinho passou ocupar hoje na vida das pessoas:
Primeiro episódio– Aos prantos, para não falar em desespero, uma mulher vai a um programa de rádio da cidade, implorar que o mala que furtou seu aparelho o devolva “porque ali estava toda sua vida”. Inconformada a chorosa pedia pelo amor de Deus que devolvessem o equipamento não pelo valor do bem, mas pelas informações que ali acumulara desde a aquisição do equipamento.
Segundo episódio– Em pleno centro da cidade, um garoto distraído com uma conversa no aplicativo whatsApp, levou um susto ao ser surpreendido por um automóvel no atravessar de uma rua. Tanto ele quanto o celular caíram.
O motorista parou, desceu do carro e encontrou o garoto aos berros chamando a atenção de diversos curiosos, diga-se de passagem, já com as câmeras dos celulares ligadas para gravar o acidente. Ao se aproximar do menino, descobriu-se que toda gritaria não era pelo leve machucado, mas pelo celular que tinha quebrado.
“Quero saber quem vai pagar meu celular” gritava o menino, que nem de longe estava incomodado com a raladura que deixou o cotovelo “ em carne viva”.
Há muitos outros exemplos, como a da mulher que na semana passada foi agredida pelo marido. É que, entretida com a conversa com um amigo ao celular, esqueceu de apanhar o filho na escola.
A coisa mudou e muito! Antigamente quando ocorria um acidente a preocupação maior era com o socorro da vítima, hoje é com a captura da melhor imagem para postar na grande rede e ganhar curtidas.
O celular alterou até mesmo o tempo de permanência no banheiro. Ficou mais demorada. Nada de Veja, Carta Capital, Playboy, Caros Amigos, isto é, ou, O Progresso, o companheiro agora nos momentos de entronização é o danado do celular. Quem tiver apertado, que trate de esperar para fazer a mesma coisa para deixar se levar pelas delicias do tempo.
É fato que o celular e seus aplicativos mil tornaram-se fundamentais no mundo moderno uma vez que se incorporou ao cotidiano das pessoas, contudo é preciso que “domemos” nossos modos no sentido de lidar com essa maravilha tecnológica, e a não permitir que essa ganhe a importância e o espaço tamanho, que venha interferir e a provocar danos, sobretudo, nas relações familiares e sociais.
2 respostas
Excelente reflexão sobre este “aparelho” que pode até se tomar um “assassino” !
Não sou adepta as “redes sociais” apenas o que me interessa…
O maior problema é de EDUCAÇÃO!
Excelente artigo e um tema que com certeza será temas de outros artigos!
Todos tem história s e relatos sobre a dependência do ser humano por este aparelho que revolucionou e vai continuar a ser tema de artigos, e estudos!
Parabéns