Já prestou atenção como nós mulheres estamos sempre vendendo algo? Costumo dizer que estamos divididas em dois grupos: as que amam vender e com isso fazer lucro para si, e as que amam vender e preferem deixar o lucro para outra pessoa, ou seja, todas nós somos vendedoras. Amamos mostrar às amigas o que compramos e ainda sugerimos que elas também deveriam comprar, fazemos propaganda de tudo o que vimos e gostamos.
Há quem diga que só há uma profissão no mundo: a de vendedor. E eu concordo, seja um produto ou um serviço, independente da nossa profissão, estamos sempre vendendo. Quer um exemplo? De um médico a um lavador de carros, passando por um funcionário público ou alguém com função administrativa, estão sempre vendendo seus serviços e sua hora de trabalho.
Às vezes, a venda começa na entrevista de emprego, pega a vaga quem melhor vende suas atribuições necessárias ao cargo. E sabe aquela pessoa que sequer desenvolve uma atividade laboral? Então! Essa também vende.
O primeiro produto que oferecemos é nossa autoimagem. Dizem por aí que temos menos de 30 segundos para causarmos uma boa primeira impressão e cuidamos disso, independente do nível de vaidade procuramos usar roupas adequadas para cada situação e costumamos variar nosso comportamento de acordo com o ambiente em que estamos.
Está impressa em nosso imaginário coletivo uma visão negativa sobre a profissão de VENDEDOR, bem caracterizada pela imagem do vendedor de livros chato e importuno. Tem uma outra questão que fortalecia a resistência aos vendedores: a rejeição ao lucro. Era como se as pessoas se incomodassem com a ideia de que alguém fosse “usá-la” para ter ganhos.
Penso que estando nós hoje ocupando o sexto lugar em número de vendas diretas no mundo e tendo, segundo o site Empresômetro, 21.279.341 de empresas ativas no Brasil, nossa sociedade atual não vê mais a venda de forma tão negativa.
Mas e você? Como se sente me ouvindo dizer que, independente do que você faça para ganhar dinheiro, no fundo você é uma vendedora? E a ideia de que cada compra que você faz ou indica para que alguém faça retorna em lucros para algúem, isso lhe agrada ou desagrada?
Hoje eu sei a importancia de pagar por um produto ou serviço, sei da necessidade da energia de troca e do quanto é ecológico que o dinheiro circule e fico feliz em fazê-lo. E todas as vezes que ouço o termo empreendedorismo feminino lembro da tia que empurrava um carrinho de mão vendendo chá de burro e de tantas outras vizinhas que vendiam algum produto ou serviço nas suas casas no tempo da minha infância. Ou seja, o termo chique que representa um velho trabalho deu poder e significado social para as mulheres que desde sempre usaram de criatividade e oportunidades para gerar renda para suas casas.
A venda não só coloca dinheiro em nosso bolso como nos faz descobrir nosso potencial. A venda empodera. Dinheiro é uma energia e como tal precisa circular , quando pagamos por algo estamos respeitando uma lei sistêmica.
Por isso, mais uma vez questiono: como você se sente na posição de vendedora? E a posição de cliente – pagando por algum produto ou serviço – lhe agrada? Perceba as sensações que ocupar esses lugares lhe causa e depois me conta. Até mais, vendedora!