(Cláudio Santos – Advogado, educador e comunicador.)
Em 25 de julho de 1960, a União Brasileira dos Escritores (UBE) – nascida da fusão desta com a Sociedade Paulista de escritores – realizou o Primeiro Festival do Escritor Brasileiro einstituiu o Dia Nacional do Escritor. Com o objetivo de evidenciar a relevância da arte desses profissionais para os processos de aprendizagem e elaboração do conhecimento.
Em uma perspectiva de valorização da literatura pátria, essa data é mais do que propícia para reflexões e ações que visem o reconhecimento social de nossos escritores, o fomento da leitura de suas obras e a formação despretensiosa de novos autores e leitores.
E como ponto de partida para o resgate da cultura nacional, é imperioso enaltecer os relevantes serviços prestados pela União Brasileira de Escritores (UBE). Para tanto, ouso parafrasear alguns de seus princípios gerais e reinvindicações básicas dos escritores a seguir elencados: a) Defesa permanente da nossa herança literária, cientifica e artística; b) Defesa intransigente das liberdades democráticas; c) Apoio a uma política exterior de intercâmbio entre o Brasil e todos os povos e d) Solução dos problemas éticos e profissionais do escritor.
Verifica-se, portanto, que tais fundamentos da UBE servem de norte para que o estímulo às letras e à defesa dos direitos não sejam apenas uma bandeira de luta a ser lembrada, erguida e celebrada em momentos comemorativos. Mas que façam parte de políticas públicas efetivas presentes em nosso dia a dia de seres biopsicossociais pensantes (teoricamente) e atuantes (concretamente).
Em tese, todos nós possuímos potencial e/ou habilidades para discorrer e entreter leitores. Porém, existem autores e autoras da literatura brasileira que fizeram da produção e divulgação de seus trabalhos o seu ofício e são reconhecidos mundialmente por isso, dentre ele(a)s: Aluísio Azevedo (1857-1913), Álvares de Azevedo (1831-1852), Augusto dos Anjos (1884-1914), Caio Fernando Abreu (1948-1996), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Carolina Maria de Jesus (1914-1977), Castro Alves (1847-1871), Clarice Lispector (1920-1977), Cora Coralina (1889-1985), Cruz e Sousa (1861-1898),Ferreira Gullar (1930-2016), Gonçalves Dias (1823-1864), Gregório de Matos (1636-1696),Haroldo de Campos (1929-2003), João Guimarães Rosa (1908-1967), Jorge Amado (1912-2001), José de Alencar (1829-1877), Lima Barreto (1881-1922), Luiz Gama (1830-1882),Machado de Assis (1839-1908), Maria Firmina dos Reis (1822-1917),Mário de Andrade (1893-1945), Murilo Rubião (1916-1991), Olavo Bilac (1865-1918), Paulo Leminski (1944-1989).
Embora no rol acima de autores consagrados não constem os mais contemporâneos, é inegável que no solo brasileiro germinam projetos (vide regiaotocantina.com.br), obras e escritores que, tomados por uma inquietação permanente e necessária, seduzem até os leitores mais exigentes.
A vida em palavras, por um lado expressa a visão realística (científica) ou fictícia do autor sobre as mais variadas temáticas, e por outro “cria” um universo lúdico de cognição que incentiva os leitores de todas as idades a explorarem – sem limites – a criatividade e curiosidade inerentes aos desbravadores e viajantes do saber.
A escrita tem o poder de estimular e desenvolver as nossas capacidades intelectuais e emocionais. E, a maneira como percebemos o mundo, afeta diretamente nossa linguagem, pensamentos, raciocínios, memórias e nosso comportamento em âmbito pessoal e social.
Com isso, o desenvolvimento cognitivo do leitor perpassa pela forma como este lida com as informações semeadas pelo escritor e que influenciam também no equilíbrio emocional, na qualidade de vida e nos relacionamentos interpessoais.
E para quem ainda não entendeu o título de hoje, é uma homenagem a João Guimarães Rosa: “Quando escrevo, não penso na literatura: penso em capturar coisas vivas.”
Uma resposta
Interessantíssimo e atraente o título desse artigo.
Título atraente chama a atenção dos leitores.
.