Essa celebração solene é um momento especial para os estudantes de Direito, seus familiares, seus amigos, sua Instituição de Ensino e sua comunidade. Simboliza o começo das suas trajetórias acadêmicas e o compromisso com as profissões jurídicas.

Esse evento significativo na vida dos bacharelandos representa a entrada oficial no curso, em que desafios e descobertas irão preencher suas rotinas acadêmicas no inquietante e fascinante mundo formal do Direito (legal, doutrinário e jurisprudencial). Serve como incentivo para os aprendentes alcançarem os objetivos e oportunidades na graduação.

Nessa ocasião, há disponibilização de um livro fundamental para a graduação: o “Vade Mecum”. Que em latim, significa “vai comigo”, ou “leve-me contigo”. Essa expressão se refere a um livro ou manual de referência (em versão física ou digital) que alguém carrega consigo para consultar com frequência. Em geral, apresenta dados relevantes para uma área de estudo ou profissão, como a Constituição vigente, códigos e legislações fundamentais. É uma ferramenta indispensável ao longo da carreira acadêmica e da prática jurídica futura.

Durante a solenidade, os padrinhos, escolhidos pelos estudantes, entregam o “Vade Mecum”, que simboliza o apoio e a responsabilidade. Esse apadrinhamento tem caráter motivacional e de acolhimento, para que os cursantes sintam-se fortalecidos, comprometidos e acompanhados durante todo o percurso estudantil. E, com isso, entende-se que a possibilidade de desistência dará lugar à realização de propósitos éticos, que devem ser honrados ao longo da carreira e que são expressos em um juramento.

Nessa celebração, a comunidade acadêmica e/ou jurídica externa o que é esperado que seja aprimorado durante a integralização do curso: sólida formação geral, humanística, capacidade de análise, domínio de conceitos e da terminologia jurídica, capacidade de argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos e sociais, além do domínio das formas consensuais de composição de conflitos.

E para que o bacharelado seja uma experiência positiva, enfatiza-se que: “Para cursar Direito, é preciso fazer direito”. Em outras palavras, a eficácia dos estudos, dentro e fora do ambiente acadêmico, implica no desenvolvimento teórico e prático de habilidades e competências (cognitivas, instrumentais e interpessoais) na construção do protagonismo do graduando, com o uso de metodologias ativas, para que a autonomia intelectual seja um realidade continuada. É o que consta no art. 3◦, da Resolução CNE/CES n◦ 5, de 17 de dezembro de 2018, sobre o perfil do corpo discente: “… postura reflexiva e de visão crítica que fomente a capacidade e a aptidão para a aprendizagem, autônoma e dinâmica, indispensável para o exercício do Direito, à prestação da Justiça e ao desenvolvimento da cidadania.”

Posto isso, está claro que o formando em Direito (profissional do futuro) precisa: a) desenvolver habilidades digitais; b) ser empreendedor; c) aprender a analisar dados; d) lidar com pessoas de forma colaborativa; e) desenvolver competências sócio-emocionais criativas; f) participar de projetos interdisciplinares/transdisciplinares e g) usar a empatia com inteligência.

Em suma, a cerimônia do “Vade Mecum” é um ritual de passagem repleto de simbolismos e significados que marca um novo capítulo na trajetória dos estudantes de Direito. Tem o propósito de inspirar os discentes a reafirmar perante a sociedade o compromisso com os estudos e com a realização do Direito e da Justiça.