A melhor e maior riqueza de um povo é a educação, no sentido mais amplo da palavra, pois em certos momentos, podemos observar que uma pessoa, por mais culta e inteligente que possa ser, se não tem educação, por si só perde todo o valor como ser humano. Mas, aí podemos pensar em uma ou mais perguntas: de quem é a culpa? Ou, como fazer para mudar isso? Damos mais educação a esse ser e tiramos dele o direito de se ver como ser humano educado? E se ele achar que é “normal” para si próprio? E, consequentemente nada deva mudar?
Ulisses Tavares, no texto SEXO, DINHEIRO E SUCESSO: SÓ LENDO, no qual dá vários conselhos a jovens que queiram ser bem-sucedidos. Ele avisa: “Pense bem: já que são boas as chances de você sair com um canudo que o mercado de trabalho não respeita, que ao menos sua cabeça saia cheia da cultura maravilhosa dos livros”. Mas, e quando aquela pessoa totalmente sem educação formal é cheia (segundo ele) da cultura dos livros? Pois, a pessoa “arrota” que lê muito e que inclusive tem várias obras publicadas. Será que o “Titio Ulisses” está errado?
Os livros ainda são, sem sombra de dúvida, os maiores responsáveis por divulgar, promulgar e espalhar a cultura e educação no meio letrado. Recentemente, tivemos a oportunidade de presenciar a entrada no mercado dos livreiros o lançamento (em uma única semana) de quatro obras, completamente diferentes no sentido de conteúdo. Vamos a elas:
ECOS DA MEMÓRIA
Obra produzida por Márcia Manir Feitosa, Flaviano Menezes e Teresinha Baldez, o livro que traz informações acerca da toponímia e transformações vivenciadas na Ilha do Amor, Terra dos grandes Poetas, ou a velha e combalida São Luís, cidade dos azulejos, ao longo dos anos. São histórias contadas sobre as avenidas, suas bucólicas praças, seus becos estreitos, sobre fontes e ladeiras. Em Ecos da Memória, de fato é possível se ouvir no silêncio da história, todo um passado glorioso. O livro é um verdadeiro guia cultural de um povo batalhador.
Dividido em sessões, para facilitar ao leitor mais ávido e curioso, o livro traz um estudo muito bem aprofundado por seus respectivos pesquisadores. A obra direciona o leitor a percorrer ruas e becos de nossa capital, na curiosidade de se encontrar na própria obra, aguçando os olhos para suas próprias histórias.
ANTOLOGIA ARROZ DE PLANTA
A cultura popular de um povo harmonicamente desenhada em uma máxima popular com rica importância “à manutenção e preservação de um produto necessário à sobrevivência humana”.É possível existir algo mais importante para a cultura de um povo do que o seu vocabulário? Essa obra está recheada do que é mais identitário de um lugar: o seu vocabulário. A antologia é resultado de um trabalho realizado pela Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras (AMCAL), apresentando ainda uma série de gêneros literários, totalizando 27 trabalhos, como: poesia, crônicas, canções, artigos científicos e verbetes. ARROZ DE PLANTA é uma antologia organizada por Cesar Brito, Madá Pereira e Simão Amaral, todos membros da AMCAL.
DESTEMPO AGORA
Quando se fala em cultura, devemos privilegiar todas as vertentes, principalmente a língua, principal elemento de identidade de um povo. DESTEMPO AGORA é uma obra que recorre à linguagem jornalística para contar os fatos de forma dinâmica e bem elaborada. O escritor e jornalista Félix Alberto Lima fez um recorte inteligente e perspicaz de vários textos já publicados em jornais, que não circulam mais em nossa capital (pelo menos no formato impresso, já que continua no formato digital).
Um dos textos a que se deve destacar, é Língua portuguesa e identidade cultural, onde o autor faz um passeio pela nossa língua materna e a importância que ela tem para que continuemos falando português, apesar de todos os neologismos pelos quais adquirimos. Como todos sabemos, o que nos diferencia dos demais falantes, é a língua e quando nosso idioma resolve se modificar, fica um pouco difícil de nos entendermos e nos reconhecermos como membro de uma comunidade culta e letrada.
INA, A VIOLAÇÃO DO SAGRADO
A tão esperada obra chegou em novo formato, nova diagramação e ainda mais instigante para o leitor que busca informações acerca do famoso acidente marítimo ocorrido nas costas maranhense em 1987, com o navio Hyundai New World. O jornalista, poeta e escritor Mhario Lincoln “deu” vida a esse fato de forma brilhante, numa linguagem simples que faz o leitor mergulhar na obra e ficar por dentro de todos os fatos.
Desde sua primeira publicação, Ina, a Violação do Sagrado, tem se tornado uma obra de grande prestígio, pois relata fatos muito graves acontecidos em águas maranhenses. Fora o reconhecimento e o prestígio internacional, o autor consegue relatar uma história verídica, com uma linguagem jornalística e que por nenhum momento perdeu sua credibilidade.
Por fim, estamos falando de leituras nos mais diferentes gêneros textuais e, que ao final, estão todos imbricados com informações que só enriquecem o leitor, deixando-o cheio das informações dos livros, com grande riqueza cultural que servirá para um futuro ainda bem distante.