Para comemorar os 33 anos da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), trazemos para o Caderno Extra de hoje uma entrevista com escritor e poeta, Raimundo Trajano Neto, presidente da entidade. Ele faz um apanhado das ações de destaque que a instituição realiza, como o Salão do Livro de Imperatriz (Salimp) e apona os caminhos para o futuro. Vale a leitura.
Esta entrevista está sendo publicada, simultaneamente, no jornal O Progresso, no Caderno Extra.
REGIÃO TOCANTINA – Qual foi o contexto de surgimento da AIL?
TRAJANO NETO – Não sou membro fundador da Academia Imperatrizense de Letras, mas o surgimento da AIL se deu graças à mentalidade de alguns escritores regionais, sob a liderança do nosso confrade Edmilson Sanches, que fez um trabalho hercúleo para que o surgimento da AIL viesse realmente à tona da forma como veio e como ela permanece, a cada dia, fortalecendo a literatura de Imperatriz e da região tocantina, de forma especial. Então, essa necessidade da união desses escritores para protagonizarem, através da academia, a nossa literatura, tornou-se realmente um fato de grande relevância para os escritores da época, para os contemporâneos e para aqueles que virão depois de nós. Sobretudo, também para a sociedade Imperatrizense, que conta com uma instituição que vem trabalhando dia a dia para a sustentação das colunas da nossa literatura.
REGIÃO TOCANTINA – Qual é hoje a formação da AIL e como ela desenvolve suas atividades?
TRAJANO NETO – A Academia Imperatrizense de Letras, no que diz respeito à sua formação, do seu plantel de membros, confrades e confreiras, é composta por 40 membros efetivos e 20 membros correspondentes. Mas o formato dela, em si, se traduz numa instituição preocupada e voltada à cultura, de olhos voltados para a construção de uma sociedade melhor para todos, através da literatura, de tal forma que se realce ainda mais esse nosso celeiro de escritores, de bons escritores, que nós temos dentro da nossa cidade e da região, que está vinculada, no seu dia a dia, a Imperatriz. E exercendo um trabalho que edifica realmente e constrói através dessa formação, dessa penetração da Academia em nossa literatura.
REGIÃO TOCANTINA – Qual é a importância da AIL para o cenário cultural de Imperatriz?
TRAJANO NETO – Em verdade, de certa forma, até já respondi nos questionamentos anteriores, mas a Academia Imperatriz de Letras é reconhecida no Brasil e afora pela importância que ela tem dentro desse cenário cultural de Imperatriz. Eu diria que é um marco divisor de épocas dentro da nossa sociedade, sobretudo no que diz respeito à cultura, porque, embora o ramo da Academia seja a literatura propriamente dita, ela estende o seu olhar, os seus braços, o seu aconchego para todas as culturas regionais que são parte da construção dessa nossa sociedade. Então, dessa forma, a Academia torna-se uma instituição eclética dentro desse cenário cultural de nossa Imperatriz.
REGIÃO TOCANTINA – Além do Salimp, que outras ações a Academia desenvolve?
TRAJANO NETO – O Salimp [Salão do Livro de Imperatriz], esse gigante, que é a grande feira literária do Maranhão, e uma das maiores do Nordeste, é resultado das outras ações da Academia, tanto no que diz respeito ao seu trabalho interno, com seus acadêmicos, quanto a esse olhar e a esse abraço, essa participação constante nas escolas, nas universidades, com as instituições todas que estão envolvidas na formação de pessoas, na formação de cidadãos. Então a gente, embora esteja temporariamente adormecido, além do Salimp, nós temos um trabalho em conjunto com o Juizado do Menor, com a Secretaria de Cultura, voltada para essa interação com as escolas do ensino fundamental. O projeto é intitulado “Arte e Cidadania nas Escolas” e tem como um dos grandes comandantes o nosso confrade Zeca Tocantins.
REGIÃO TOCANTINA– Como o senhor pensa que será a AIL no futuro?
TRAJANO NETO – A AIL do futuro está estampada no hoje, na sua fundamentação, nos seus propósitos, nas suas realizações e nós acreditamos que ela será cada vez mais expressiva, cada vez mais participativa dentro desse universo cultural, não só de Imperatriz, mas o estado do Maranhão e do Brasil, por que não dizer, né? Como já é na verdade, mas a tendência é essa e nós estamos buscando a cada dia os meios, as condições para que essas colunas que sustentam esse grande projeto que é a Academia Imperatrizense de Letras, elas sejam cada vez mais fortalecidas e a gente tenha como realizar o que pensamos hoje; voltando para o futuro, eu vejo que o futuro da Academia Imperatriz em Letras está traçado e é um futuro de sucesso, não apenas na sua individualidade, mas pensando no coletivo.