Nesse segundo texto, de três, sobre a Psicologia Afrocentrada em Asa Hilliard III, continuo o exercício de refletir sobre o curso de aperfeiçoamento que faço sobre o tema a partir dos ensinamentos da professora doutora Simone Gibran Nogueira.
Retomando o primeiro texto, o pensamento Afrocentrado é uma epistemologinga, Sulglobal Africano, continente berço da humanidade, que devemos pensar a partir de nossa MAAFA: o “desastre” africano, a escravidão, a colonização europeia e árabe a qual nos submeteram.
É, então, fundamental a obra de Hilliard: SBA – O Redespertar da Mente Africana, de 1998. O princípio de MAAT, e os demais conceitos Keméticos (do Antigo Egito), representam a busca pela verdade, a justiça, a ordem, a retidão, o equilíbrio, a reciprocidade e a harmonia do nosso povo. O SBA, faz menção à sabedoria e ao estudo contínuo do legado das grandes civilizações africanas da antiguidade e da humanidade inteira, pois como diz Simone: reconhecer nossa origem africana, sendo negros ou brancos, é reconhecer a nossa própria humanidade, não só na diversidade mas reconhecer os saberes profundos do continente originário africano, de onde que tudo veio depois, do grego antigo ao oriental, todas as culturas devem à África.
Devemos desenvolver, então, o WHMY MSW, ou seja, a repetição do nascimento para o redespertar e a cura da nossa alma africana destruída, ferida ou em chaga, devido o genocídio cultural, a perda da memória histórica e o vazio espiritual, MAAFA. Como nos aponta Hilliard, nossa cura requer uma estrutura conceitual maior do que o proporcionado pelos direitos civis, pelas ações afirmativas ou escolarizações controladaspela supremacia branca, a qual nos subjuga. Essa prática e autodeterminação pertence à nossa luta para enfrentar o MAAFA.
Se o MAAFA continua a nos prejudicar, se estamos inconscientes, desorganizados, sem foco e sem propósito espiritual, o SANKOFA: “voltar e buscar”, nos permitirá a compreensão de onde viemos, o que se dá somente com a prática do SBA.