À Aline Nascimento e a todos os/as funcionários/as da Biblioteca Pública Benedito Leite
Uma universidade oferece a seus alunos um vasto campo de conhecimentos, uma infinidade de oportunidade de discussões e pesquisas, contudo, caso o discente sinta necessidade de conhecer um pouco mais sobre algum assunto pelo qual ele se sinta mais atraído, deve buscar informações mais aprofundadas em outras fontes.
No meu caso, tenho orgulho de haver cursado Letras (Língua Portuguesa e Espanhola) na Universidade Federal do Maranhão e ali ter despertado para o universo da pesquisa sobre os variados tipos de linguagem, inclusive a literária. Porém, além das importantes lições que recebia de meus professores, sempre tive a curiosidade de tentar conhecer um pouco sobre os temas que despertavam minha atenção durante as aulas.
Foi então que comecei a frequentar (quase diariamente) a Biblioteca Benedito Leite, instituição que sempre me acolheu muito bem e onde encontrava os livros, jornais e outros materiais que dirimiam um pouco das minhas dúvidas. Ali também encontrei a paz e o silêncio necessários para me concentrar em minhas leituras e anotações. De certo modo, a BPBL foi, durante um bom tempo, uma espécie de segundo lar para mim.
Como desde o primeiro momento fui recebido com carinho e apreço pelos funcionários e funcionárias daquela Casa, sempre me senti bem à vontade em passar por aquelas belas colunas, cruzar o salão e pedir um livro raro, um jornal antigo ou um documento pouco acessível, sentar-me a uma das mesas e mergulhar em um mundo repleto de texturas que remetiam a um passado apenas recuperável pelas palavras e um perfume peculiar de algo que ainda tem muito a nos dizer sobre tempos pretéritos e também sobre nosso presente a até sobre o futuro.
Com o advento desta nossa hipermodernidade tacocrônica e infrene, nem sempre pude encontrar tempo disponível para dirigir-me fisicamente àquele suntuoso prédio que guarda muitos tesouros da vida cultural do Maranhão. Porém, mesmo em alguns momentos estando fora do Estado, jamais deixei de estar presente naquela ampla sala de estudos, mesmo que isso ocorra de forma virtual.
Isso acontece pelo fato de que a mesma tecnologia que vem sendo acusada de afastar as pessoas pode servir como sólida ponte a unir nosso corpo físico a nossos interesses imateriais. Hoje, graças às facilidades tecnológicas, posso sentar-me à frente de uma tela de computador ou de um aparelho de telefonia móvel e acessar boa parte do acervo da BPBL disponível no mundo digital. Claro que esse recurso não me possibilita receber o bom dia do agente da portaria, da bibliotecária ou do corpo diretivo da Casa, mas isso pode ser compensado em outros momentos em uma visita física.
O Acervo Digital da Biblioteca Pública Benedito Leite é muito importante para todo e qualquer pesquisador que queira acessar livros, jornais, manuscritos, Leis, Decretos e outros documentos que possam dar fundamentação a uma investigação, para dirimir alguma dúvida ou mesmo para servir como forma de passar o tempo de um modo intelectualmente proveitoso.
Claro que, assim como ocorre no espaço físico de qualquer biblioteca, o acervo digital está sempre em processo de atualização e nem sempre a busca pode ser prática e intuitiva, mas é nesse momento que entra em ação um misto de experiência e paciência do pesquisador para filtrar o que interessa naquele infinito labirinto de informações. No final, o resultado deve ser motivo de satisfação e de surgimento de novos conhecimentos.
Torço para que um dia todos os equipamentos culturais do Estado se tornem um centro prioritário e permanente de atenção… Aconselho que todos os amantes do conhecimento um dia possam passar algumas horas mergulhados nos corredores da BPBL e que a página eletrônica se torne uma fiel companheira de todas as pessoas interessadas em nossa cultura.
Uma resposta
Uma biblioteca sempre será uma espécie de templo: o grande templo do saber.