Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da Ageufma, divulga a abertura das inscrições para o Mestrado Profissional em Comunicação (PPGCompro), destinado aos beneficiários do Programa Nacional de Residência Agrária (PNRA) – Turma Especial. A proposta visa promover a formação qualificada de profissionais da comunicação inseridos no contexto da agricultura familiar.
As inscrições foram iniciadas nessa segunda-feira, 22, e permanecerão abertas até o dia 15 de fevereiro. O processo de inscrição deve ser realizado exclusivamente pela internet, pelo SIGAA. Os candidatos devem enviar toda a documentação exigida em formato PDF, seguindo as instruções disponíveis no link.
O curso destina-se a beneficiários do PNRA com nível superior, participantes do Pronera, profissionais com graduação concluída atuantes em áreas de Reforma Agrária ou comunidades de Remanescentes de Quilombolas, técnicos de ATER, servidores públicos efetivos do INCRA em exercício, entre outros. Serão disponibilizadas até 15 vagas, distribuídas entre ampla concorrência, ações afirmativas e servidores ativos do INCRA.
O objetivo é gerar conhecimento aplicado, capacitar recursos humanos para atividades de pesquisa científica, tecnológica e inovação, e preparar profissionais para atuarem como docentes na área de Comunicação e Informação. Especificamente, o programa visa oferecer uma formação de alta qualidade na área de Comunicação e Informação, direcionada a profissionais ligados à reforma agrária, incluindo assentados em geral ou aqueles diretamente envolvidos nesse contexto.
A iniciativa da UFMA em lançar um mestrado dedicado aos beneficiários do PNRA reitera o compromisso da instituição com a promoção da inclusão social e o desenvolvimento regional. O coordenador do PPGCompro, Marcio Carneiro, destaca a significativa contribuição que essa formação proporcionará a esses profissionais.
“Ao final do curso, espera-se que os egressos tenham base científica e tecnológica para desenvolver projetos de pesquisa aplicada e desenvolvimento de artefatos na área de Comunicação e Informação, com base em uma visão estratégica e problematizadora dos processos comunicacionais e suas interfaces com as diversas áreas da atividade humana, contemplando questões sociais, políticas, econômicas, educacionais e ambientais e que se tornem agentes multiplicadores junto a novos educandos, com a capacidade de ministrar aulas, desenvolver conteúdos em cursos formais e não formais vinculados aos movimentos do campo, especialmente os novos cursos superiores com temáticas relacionadas ao planejamento estratégico e ações de comunicação de forma geral. Ressalta-se que o PPGCOMPro é um programa profissional, o que, segundo o próprio documento de área da CAPES, nos indica o caminho da busca por soluções de problemas reais, da inovação e do impacto social”, destaca Márcio.
Valéria Rodrigues, coordenadora do Pronera Maranhão, do Incra, ressalta a importância da colaboração com o Programa, destacando seu papel crucial na formação contínua de pesquisadores dedicados às questões relacionadas à reforma agrária.
“Os projetos de pós-graduação apoiados pelo Pronera objetivam promover a qualificação de profissionais para atuar nas áreas de reforma agrária, contribuindo com a promoção da inclusão social e o desenvolvimento sustentável desses territórios. O mestrado profissional em Comunicação é de grande relevância para os jovens e adultos do campo, pois contribuirá com a criação de grupos de pesquisadores capazes de articular a formação acadêmica com a concretização de estratégias e ações de comunicação que afirmem as tradições, histórias e visões de mundo dessa população.”
Nesse contexto, Maria Gorete de Sousa, coordenadora estadual do Movimento Sem Terra no Maranhão, reitera a relevância do curso para capacitar esses profissionais, possibilitando que desempenhem uma função social na sociedade ao disseminar informações sobre o MST.
“Nós temos hoje uma necessidade muito grande de ampliar o nível de comunicação, as mídias, a intervenção e o diálogo com a sociedade. Tudo isso é importante para o conjunto da sociedade compreender o que de fato são os assentamentos de reforma agrária, o que de fato o MST defende, como são as vidas nos quilombos, nas aldeias indígenas, no campo de forma geral, compreendendo as quebradeiras de coco, como vivem, como produzem e como constroem sua vida. Então, a comunicação é fundamental para esse diálogo interno nas comunidades, mas também nessa relação com a sociedade. O que nós esperamos é que, de fato, esse curso possa formar profissionais que estejam vinculados a necessidades reais dos assentamentos de reforma agrária e das comunidades quilombolas. O curso é aberto para esse público e que a gente possa avançar no Maranhão e nós, do campo, possamos cumprir com o nosso papel no sentido de trazer o desenvolvimento numa pesquisa sustentável, tendo por princípio a vida dessas pessoas. Creio que esse curso de mestrado vai garantir profissionais que possam atender às demandas urgentes que existem hoje no campo maranhense” defende.
Por fim, o professor Márcio Carneiro, coordenador do PPGCOMPro, destaca que o programa conduzirá integralmente o processo seletivo, incluindo vagas específicas para ações afirmativas e uma reserva para funcionários do INCRA. O edital é direcionado a candidatos vinculados às áreas de assentamentos, conforme a legislação do Pronera. O edital geral, aberto ao público, está programado para ser lançado entre março e abril deste ano.