A ansiedade de separação é um fenômeno vivenciado por crianças ao se separarem de suas figuras de cuidado. O ingresso na vida escolar tende a tornar esse processo mais intenso, sobretudo quando a criança ainda não se separou de seus pais e quando esse vínculo é sólido entre a criança e suas referências afetivas.

Considerando a relevância desse fenômeno na infância, faz-se mister que reflitamos sobre formas de ajudarmos as crianças a desenvolverem repertório socioemocional para lidarem e enfrentarem as tensões que essa separação causa, de modo a prevenirmos os impactos que esse fenômeno pode causar no desenvolvimento afetivo da criança.

Uma das formas de atenuar a ansiedade de separação vivenciada pela criança é conversando e buscando formas de diálogo de acordo com a compreensão que ela tem, de modo a levá-la a compreender que o ingresso na escola, com espaço confinado não significa rompimento de vínculos. Ouvir as necessidades da criança e validar aquilo que ela está comunicando, também, é fundamental, porque ao ouví-la e ao demonstrar que o que ela está sentindo é importante, o adulto estabelece uma atmosfera de confiança e a criança entende que o vínculo não será dissolvido.

É fundamental que pais e cuidadores desenvolvam habilidades de acolhimento ao sofrimento da criança, ofereça uma base segura de afeto e jamais diga que é ‘frescura” ou coisas do gênero. A ausência de apoio por parte dos pais e posturas de grosseria só intensificam o sofrimento e podem levar a criança a desenvolver sintomas mais graves de ansiedade na vida adulta. Importante acolhermos as crianças nesse momento e deixá-las seguras do vínculo, mostrando a elas que a separação não implica em rompimento.