Tornou-se politicamente incorreto, e de fato muito perverso, a criação de pássaros em cativeiro. Muita gente caindo na real, e se conscientizando que nenhum ser vivo nasceu para viver aprisionado. Esse é o conceito que vem se firmando ao longo dos anos contudo, há casos difíceis de se explicar. É o caso do Aparecido, um Bico de lacre, Bombeirinho, também em algumas regiões chamado de Máscara vermelha, que ” adotou como mãe”, há três anos a jornalista Suely Moura. Ela é minha amiga, e mora em São Luís.
Trata-se de uma verdadeira história de amor, de difícil explicação. Se alguém a tiver, por favor, me envie!
Se o Aparecido fosse um papagaio ou similar, não chamaria muita atenção, mas é uma minúscula espécie não ornamental, que assim como o primo pardal, vive em bandos. Nunca o vi em gaiolas, zoológico, ou comercializado como pássaro exótico. Vive é solto no mundo!
E o Aparecido? O Aparecido apareceu na vida da jornalista Suely Moura, numa Quarta-feira de Cinzas. Havia ameaça de chuva, e ventava muito. De repente, um pequeno barulho chamou a atenção da jornalista, que morava sozinha. A princípio ela se assustou, mas ficou mais tranquila quando encontrou o passarinho, mais assustado do que ela. Era um filhote, estava visivelmente debilitado. Surgia ali, uma bonita história de amor mútuo.
A jornalista de pronto ligou para um amigo, entendido no assunto, que a orientou como cuidar do passarinho, até que ele ganhasse forças para voar, e enfim, ir embora. A questão é justamente essa. O passarinho, mesmo em liberdade, escolheu ficar ali. Desde então, companha toda a rotina doméstica da jornalista. Até mesmo nos momentos de leitura ele fica ali pertinho dela como quem estivesse lendo também. O bichinho acorda bem cedo e só dorme quando ela chega do trabalho. Uma relação de proteção mútua.
A jornalista garante que consegue conversar com o Aparecido. Sabe quando ele fica triste, quando zanga, e quando quer carinho. E ela prova isso com pequenos registros da rotina dele. Parece gente, posso garantir depois dos vídeos que vi. Disse ainda que o pequenino é livre e que nasceu entre ambos uma relação de amor, muito difícil de explicar.
Ela se diz consciente que um dia vai chegar em casa e o Aparecido poderá ter ido embora. Isso já aconteceu uma vez, mas ele voltou. Só ela sabe o que sentiu nas poucas horas de ausência do amigo, companheiro e protetor, a quem ela me ofertou como sobrinho.
14 respostas
Uma crônica de respeito! Pois, verdadeiramente é um caso de amor. Ela salvou a vida do Aparecido e ele retribui com amor e carinho!
Também sou contra a criação de aves em cativeiro a nao ser aqueles que já são feitos para.
Excelente criação!
Gratidão pela sua prestigiosa leitura. Honrado!
Ah, que lindo ! Eu cuidei de um pássaro pequeno do bico vermelho que caiu no meu quintal com as asas sujas de óleo, porém, ele ficou bravo comigo o tempo todo , depois que eu o lavei e o enxuguei ele voou e foi embora hahaha.
O que Deus quer de nós, é isso, Que cuidemos daquilo que Ele aqui deixou.
Gratidão!!
Que história linda e emocionante para um ser apaixonado por passarinhos como sou.
Me disseram, certa vez, que a bisita de um pássaro em casa é um bom presságio.
Sendo assim, se a visita é um bom presságio, imagina então a moradia e companhia.
Tem o sentido de proteção mútua, isso tem um grande valor
Gratidão
Estou embriagada de emoção, história genuína de amor e cumplicidade. Quero ser tia também, do Aparício.
Enviei seu pedido para a jornalista Suely Moura. Acredito que o Aparecido não fará objeção rss
Um abraço fraterno!!
Linda história de amor. Entre dois seres vivos. Tenho um caso também parecido: Pedro e um bentivi que dialogam através do canto. O nome do bentivi é Cleitin*.
O mundo precisa conhecer essa histórias. Deus se faz presente em cada uma delas
Grato pela leitura
A afetividade humana é uma verdadeira seiva divina, pela qual tornamo-nos capazes amar um passarinho, uma árvore, o nosso próximo, rios, até mesmo, o vento que promove o farfalhar das folhas das mangueiras de Montes Altos-Ma.
Adorei, a beleza desse romance da jornalista com o passarinho.
Há prova maior da existência de Deus?
Que história linda e que transmite muitas lições para nós. Que o Aparecido possa manter sua escolha, pois foi onde ele cresceu e está mais protegido.
Um protegendo o outro. Pura magia!!