O projeto Mural das Minas encerrou a publicação das páginas das 50 mulheres selecionadas para compor os perfis. Idealizado pelo jornalista e professor Marcos Fábio Belo Matos, o projeto circulou, de fevereiro de 2020 até junho de 2023, de início, saindo quinzenalmente, depois toda semana, tanto no jornal O Progresso, no caderno da Academia Imperatrizense de Letras (apoiadora da iniciativa) quanto no site Região Tocantina.
“Nosso objetivo, quando imaginamos este projeto, era que, ao final dele, tivéssemos um grande mural feito da melhor literatura maranhense e feminina dos tempos atuais e, de quebra, dar visibilidade a escritoras de todo o estado, de todas as regiões do Maranhão”, explica o idealizador.
GALERIA – O projeto publicou sua primeira página em fevereiro de 2022, com o perfil literário da escritora Adriana Moulin. Depois vieram, na sequência, as escritoras: Anna Liz, Aline Piauilino, Conceição Formiga, Cristina Galletti, Cristiane Magalhães, Dilercy Adler, Diva Lopes, Elany Morais, Eliane Morais, Eró Cunha, Graça Barros, Heloísa Sousa, Liratelma Cerqueira, Luana Gonçalves, Luiza Cantanhede, Maira Soares, Márcia Reis, Natércia Garrido, Regilane Macedo, Rilnete Melo, Samara Volponi, Sharlene Serra, Tereza Bom-Fim, Wanda Cunha, Andressa Picoli, Arlene Azevedo, Betânia Pereira, Dorlene Macedo, Edna Ventura, Elisa Lago, Eva Soares, Floriza Gomide, Gabriela Lages, Geane Fiddan, Helena Frenzel, Hyana Reis, Liduína Tavares, Lindalva Barros, Lindevania Martins, Maria das Neves, Maria Eliete, Maria Helena Ventura, Maria Natividade, Marina Goretz, Neusilene Carvalho, Rakel de Pinho, Samanta Matos, Socorro Borges e Lilia Diniz.
Todos os perfis literários estão publicados na página da AIL no jornal O Progresso, que pode ser acessado no site do jornal em PDF e também no site Região Tocantina, na aba “Mural das Minas”, que você pode ler aqui: https://regiaotocantina.com.br/arquivos/cultura/mural-das-minas/
A publicação simultânea foi o resultado da parceria com a Academia e o Site. “Queríamos, desde o início, que o projeto tivesse a mais ampla circulação. Tanto que acertamos com a AIL que o conteúdo do Mural iria ser publicado na página que a Academia mantém no jornal O Progresso e, logo em seguida, iria para o site e também para as redes sociais do Região Tocantina, que eu edito. Hoje, publicamos a página e divulgamos na página Região Tocantina, no Facebook e no Twitter na conta de mesmo nome”, afirma Marcos Fábio.
DIVERSIDADE – Quem se interessar por ler todas as 50 páginas vai constatar uma grande diversidade de escritoras, de temáticas, de escolhas estéticas e temáticas, de gêneros literários e de lugares de origem das escritoras presentes no Mural das Minas. “Era exatamente este o objetivo primeiro do nosso projeto: poder divulgar mulheres maranhenses que se dedicam à literatura, não importando se já tinham obras e prêmios literários ou se estavam no início de carreira. Fizemos um convite bastante aberto e acolhemos todas as 50 escritoras que atenderam a ele. No final, formamos um bom mapeamento da produção literária maranhense, da capital e interior, feita no início do século XXI. Espero que, no futuro, os amantes da literatura e estudiosos do tema se dediquem a ela”, finalizou Marcos Fábio.
LIVRO – O idealizador explica que o passo seguinte à publicação das páginas será a produção de uma antologia. “Com o projeto terminado, agora vamos cuidar da publicação dos perfis em uma antologia. Para isso, já convidamos o professor e escritor, José Neres, um amigo de 30 anos, membro da Academia Maranhense de Letras, para nos ajudar com esta produção. Acho que ninguém melhor do que ele, que conhece literatura maranhense a fundo, para apresentar esta obra. E estamos em contato com algumas editoras para fazer orçamento. Pretendemos deixar esta iniciativa imortalizada num belo livro, a ser lançado no segundo semestre de 2023”, explicou Marcos Fábio.
A partir de agosto, o projeto entra em fase de produção. A obra será feita em colaboração coletiva de todos os participantes, e também vai contar com patrocínios. “Vamos buscar instituições, entidades, empresas, políticos que acreditam que este trabalho é importante para a memória e a história da literatura maranhense”, explica Marcos Fábio.
A ideia é que as escritoras recebam, cada uma, dois livros e que o restante da edição seja distribuído para bibliotecas públicas, clubes de livros, entidades culturais, além de ser vendido nos lançamentos, com o resultado das vendas sendo aplicado em um novo projeto, como explica o organizador: “Vamos fazer as vendas e tudo o que for conseguido será aplicado na produção de um concurso literário para adolescentes, para incentivar ainda mais a literatura feminina”.
REPERCUSSÃO – A professora e escritora Cristiane Magalhães descreve a sua concepção sobre o projeto Mural das Minas: “Fiquei encantada em participar do Projeto Mural das Minas e encontrar tantos outros versos de tantas outras minas maranhenses. O convite do professor Marcos Fábio veio em um momento de busca por cura, quando nos recuperávamos da pandemia. E, se naquele momento eu me curava via escrita poética, agora, lendo e relendo essas inúmeras preciosidades em forma de verso, me deleito em um verdadeiro bálsamo curativo. E essa antologia que virá certamente reafirmará o que a poesia faz por todas nós em termos de acalanto, ensinamento e reconstituição. Ela nos reconstitui quantas vezes forem necessárias. E embora já tenha nascido “mina”, poesia-substantivo feminino, é também dos manos. É universal”.
A escritora e cantora Elisa Lago também se manifestou acerca do projeto: “A série Mural das Minas, sob a batuta do jornalista, escritor e professor Marcos Fábio, publicada em O Progresso, deu visibilidade à produção literária de muitas mulheres, nas mais diversas vertentes. Ter sido convidada a fazer parte desse grandioso projeto deixou-me lisonjeada; e a palavra é gratidão pela oportunidade de mostrar minha acanhada lavra. A iniciativa representou mais um grande estímulo para prosseguir na trilha da poesia. A poesia é a cura para minha alma inquieta! Parabéns, Marcos Fábio, e que venha a Antologia!”.
Também me manifestou a poeta e escritora Neusilene Carvalho afirmando estar “honrada e muito feliz, por ter participado desse projeto, pra mim foi gratificante e prazeroso, só tenho a agradecer a oportunidade”.
Para a escritora Eró Cunha, “O Mural das Minas é um projeto literário de enorme relevância social, política e cultural de incentivo e fortalecimento de pesquisa, produção, publicação e recepção da Literatura Feminina Maranhense. Tenho muito orgulho de participar, com poemas, dessa arrojada ação literária que me impulsionou a produzir e compartilhar vivências e olhares sobre a vida, o mundo, a arte, a liberdade, o amor… Embarcar nessa aventura me possibilitou repensar o universo feminino, nossas lutas, conquistas, espaços de fala e de escuta”.
Dilercy Adler, psicóloga, escritora e presidente do IHGM, também deixa seu registro do que foi, para ela, este projeto: “Quantas mulheres! Todas exibindo suas palavras tecidas com luxúria, libido, frustração, contestação, indignação, mas acima de tudo palavras de muito amor que expressam o “modo feminino de ser”… Todas muito FeMIniNAS no Mural do coração! Obrigada querido Professor Marcos Fábio, pela criação do Projeto e pelo convite!”.
A escritora Lindevania Martins, nacionalmente premiada pela sua produção, registra que “Mural das Minas é um projeto incrível! Em uma sociedade marcada por um longo processo histórico de apagamento das mulheres e da sua contribuição para a cultura comum, o Mural das Minas dá voz e visibilidade à literatura escrita por mulheres, pois divulga, apoia e incentiva o trabalho dessas artistas. Amplia o seu público leitor e serve de inspiração para as novas gerações de jovens mulheres e meninas que, ao se verem representadas no campo literário, percebem que também podem escrever. Entre os homens, cria uma cultura de respeito à essa produção literária que é nossa, genuinamente maranhense, e que merece ser reconhecida. Vida longa ao Mural das Minas!”.
A escritora bacabalense, Aline Freitas Piauilino, faz um relato da sua participação no Mural: “Em um cenário em que se tem o baixo apetite do mercado editorial em investir em escritoras contemporâneas emergentes, o projeto “Mural das Minas” brilha como um lírio de esperança e apoio na habilidade artística das letras femininas em tempos em que uma ampla base já formada de leitores e, consequentemente, consumidores, é um dos critérios essenciais para ter visibilidade em mídias de informação, bem como forma de ingresso numa publicação livre de ônus diante de uma editora. O “Mural das Minas” resgata a essência do antigo sentimento de cada escritora no início da caminhada na escrita dos mistérios de sua alma: ser vista e apreciada pelo que faz. Foi refrescante participar desse projeto que reuniu importantes vozes literárias femininas da região maranhense para torná-las lidas por mais pessoas além do, muitas vezes, pequeno círculo que as nota sem a resistência comum num Brasil que ainda torna um desafio tornar visível a atuação literária da mulher”.
A escritora Rakel de Pinho, caxiense radicada em São Paulo, também deixou sua impressão: “Sou muito grata ao projeto Mural das Minas pelo projeto maravilhoso, foi muito gratificante ver minhas obras e ser contemplada. Gratidão à Academia Imperatrizense de Letras ao Marcos e todos os envolvidos nesse projeto que dá visibilidade às escritoras da terra”.
A escritora, professora e secretária executiva, Neves Azevedo, compreende que “Participar do Projeto Mural das Minas é para mim algo de extremo valor. Tirou-me do anonimato; trouxe visibilidade aos meus poemas; criou memórias entre mim e essa região Tocantina que eu tanto amo. É um projeto interessante e relevante para a sociedade acadêmica e o mundo literário, pois faz conhecida a poeta que sou”.
Anna Liz Ribeiro, professora e escritora, de Santa Luzia, escreve: “Quando se valoriza as escritoras, promove-se a igualdade de gênero, se favorece o empoderamento feminino e, também, é uma forma de lutar contra o machismo estrutural. Além disso, a valorização da produção literária de mulheres é um ato de justiça e de reparo social, que deve ser incentivado e apoiado por todos. No que diz respeito à produção maranhense, temos diversas escritoras maravilhosas que merecem, de fato, ser reconhecidas. Portanto, nada mais justo que agradecer a Marcos Fábio e, ao mesmo tempo, parabenizá-lo por ele reconhecer e incentivar as escritoras maranhenses”.
3 respostas
O que dizer diante de um projeto lindíssimo que valoriza e dá realce à fala feminina idealizado e concretizado por um homem?
Isso é prova contundente de que existem homens que tem sensibilidade suficiente para avaliar a beleza, força, vigor e delicadeza, que emana do “modo feminino de ser”. É a minha segunda experiência nesse sentido, a primeira foi nos idis dos 1900, um mexicano, Emílio Del Fuego, organizava um encontro só de poetas mulheres, en la ciudad de las nubes… Também ameiiiiii!
Fiquei encantada com esse projeto desde os primeiros passos. A escrita da mulher maranhense eternizada através de um livro. E o mundo saberá do que as mulheres do século vinte e um falavam. Teremos documentado a trajetória de cinquenta escritoras sob a batuta de um maestro que teve sensibilidade suficiente para uma iniciativa que merece nossos aplausos de pé.
Obrigada.
Muito mais que valioso. Histórico, este vasto trabalho do MARCOS FÁBIO. Haverá devido registo nos amanhãs literários.