sexta-feira, 6 de setembro de 2024

“VELHO É O TEMPO”

Publicado em 5 de junho de 2023, às 15:10
Imagem fornecida pela autora, que se responsabiliza pelos direitos autorais da mesma.

Linda Barros: professora e atriz. Membro da Academia Poética Brasileira.

Algumas pessoas podem viver dezenas de anos, mas seguramente terão uma memória invejável, são as ditas “memória de elefante”. Afinal de contas, para que servem nossas memórias? A vida corre na velocidade da luz e nunca percebemos. E no curso da vida, alguns perdem amigos, famílias, pessoas conhecidas, amores e quiçá por uma questão de escolha pessoal, prefiram esquecer. Jorge Luis Borges já dizia, “somos nossa memória, somos esse quimérico museu de formas inconstantes, esse montão de espelhos rompidos”.

E algumas dessas perdas ficam em total esquecimento no baú de memórias que é o nosso cérebro; outras permanecem vivas e pulsantes, revividas todos os dias. Mas, afinal, para que servem nossas memórias? Servem para viver, reviver ou revidar ações a outrem. Nossas memórias nos cativam, se são tratadas com carinho, se são maltratadas ou se nos perturbam.

O sol “escorre” todos os dias pelo muro das casas e sacadas dos prédios, levando consigo centenas de histórias que devem e merecem ser esquecidas. No entanto, na grande maioria das vezes, muitos se agarram aos escassos raios do sol para não deixar ir o tão sonhado desejo de viver suas histórias que serão lembradas (talvez), apenas pelas memórias.

Há na natureza elementos que despertam nossa memória mais íntima, como o cheiro de uma comida – automaticamente lembramos de nossa avó – cheiro de terra molhada – lembra nossa infância – uma plantinha que murcha quando é tocada, o cheiro de um perfume, enfim, muitas coisas, que, por mais simples que sejam, revivem nossa memória um fato ou alguém, o que significa dizer, que nossas lembranças são construídas por esses pequenos “objetos”, que nos fazem ir vir com nossos acontecimentos.

A neurologista e poeta Ângela Wyse, do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que “as memórias nos tornam quem somos. São elas que nos ajudam a compreender o mundo e moldam nossa visão. São aquilo que nós lembramos e aquilo que queremos esquecer”, pois essas memórias são guardadas e arquivadas pelo cérebro, o que significa dizer, segundo a estudiosa, “nosso cérebro é uma rede de neurônios extremamente complexa”.

Tudo isso que está sendo dito aqui é somente uma forma de reflexão quanto à memória do ser humano e que, em alguns casos, ela é seletiva, o que torna algumas situações ainda mais complicadas, por se tratar de algo como se fosse opcional lembrar tal fato, tal situação ou tal pessoa. É de extrema relevância que nossas memórias sejam guardadas, mas que possamos consultá-las sempre que possível e quando for necessário.

Nossa memória é nosso arcabouço tecnológico, em outras palavras, é nosso computador, que também está constantemente sendo atualizado, mas jamais esquecido. Mas, e você caro leitor, como anda sua memória? Do que se lembra? O que gostaria de apagar para sempre de sua memória, ou o que gostaria de nunca esquecer?

Por fim, “guarde bem suas lembranças, porque uma vida sem memória, é como um livro sem história pra contar”, Walter Arruda.

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