domingo, 1 de dezembro de 2024

Mural das Minas #49: Socorro Borges: A arte da palavra certa

Publicado em 4 de junho de 2023, às 10:08
Imagem cedida pela autora.

Maria do Socorro Borges da Silva nasceu em Suçuarana, interior da zona rural de Caxias-MA. Reside atualmente no Piauí. É a mãe de Sofia de Yeshuah. É uma mulher, voz feminina polifônica no mundo fazendo de sua vida uma arte, ética e estética da existência em defesa da educação e dos direitos humanos.
É doutora e mestre em Educação, especialista em História Política Contemporânea e graduada em História. Docente da Universidade Federal do Piauí e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFPI). Coordena o Laboratório de Experiências e Criações do Educar em Direitos Humanos (LECedh) e a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (ReBEDH), no Piauí. Atua no Núcleo de Educação, Gênero e Cidadania (NEPEGECI/UFPI), no Observatório de Juventude, Violência e Cultura de Paz (OBJUVE/UFPI) e no Grupo de Trabalho da UFPI de Enfrentamento da Violência contra a Mulher. É membro do Instituto Histórico Geográfico de Caxias – MA (IHGC) e de outros coletivos.
Participou da coletânea poética do Coletivo Mulherio das Letras – Portugal (2020), e da coleção Mulherio das Letras, com o livro “Janelas do Devir” (2020). Em 2021, participou da IV Mostra Poetrix. Na Antologia “Resistência” (2022), juntou-se a outros grandes nomes nacionais. Na Antologia “Infinito” (2022), juntou-se a grandes nomes da Academia Internacional de Poetrix.Sua produção mais recente, financiada por instituição de pesquisa em concorrência de edital, é o livro “Filosofia do chão: experiências e criações de professoras no educar em direitos humanos” (2022). Seu mais novo livro, intitulado “Ventos que sopram aquelas noites” (2023), é uma produção de consagração como poeta minimalista que resume muitas das experiências do período pandêmico de modo intenso, leve, profundo e com uma beleza estética.

MATERNIDADE

Mãos que tocam…
Acendi a luz!
Eu encolhi, o Amor cresceu.

ÍNTERIM

Morrer (entre) mortes…

– última brisa que passou –
instante, ocupei-me da vida!

MEMÓRIAS

Mergulho em mim…
olhos d´água, desaguei…
Vesti-me da Senhora do Tempo.

INTENSIDADES

Habito o sopro
Bambu ao vento
Vida e morte – posso!

MÃE

Parto do amanhã…
estranheza do ser – mundo (choro!)
arte do fazer viver!

VISÃO

entre um e outro – terceiro
ver nao é de olhar

– fechar os olhos e sentir.

TRECHO DE ‘JANELAS DO DEVIR’

[…] nunca deixou de atravessar a fronteira que separa o campo da cidade. Volta ao povoado de nascença e infância, veste sua pele de onça parda e sai pela noite, no caminho da lua nova, para encontrar parentes e contar histórias antigas de vida!

TRECHO DA ANTOLOGIA ‘MULHERIO DAS LETRAS’

Não sabem que de lá fiz meu laboratório de criar tudo. Palavras e livros é o que mais me agrada. O que é da casa enferruja e cai. O que é do pensamento, cria asas e voa. Do meu microscópio enxergo suas costas e também, as estrelas!

TRECHO DE ‘VENTOS QUE SOPRAM AQUELAS NOITES’

Todas as possibilidades de enxergar, no ínterim, entre o que não está posto, fala bem mais alto. Vai ter que pensar. Olho! Quebrar a cuca, forçar o juízo. Como um labirinto, é como quero que chegue. Gosto do enigma que se esconde na errância. Assim como a vida, cada palavra é uma queda… e um levantar do chão. Eu não sei falar correto. Abro a boca na emergência. Moléculas, disparadores molares, agregam, dissipam, cortam ou ungem. Nada permanece igual.

TRECHO DE ‘FILOSOFIA DO CHÃO: EXPERIENCIAS E CRIAÇÕES DE PROFESSORES NO EDUCAR EM DIREITOS HUMANOS’

Ela é o meu olho de ouvir, meu ouvir de ver, de sentir. É minha janela, por onde eu quero aprender a enxergar a realidade, o mundo, a educação e os direitos humanos. Quando abro essa janela, vendo pelo olhar da criança, enxergo outras tantas, o mundo delas e como elas vivem em diferentes situações.Não vejo só Yeshuah. Ela é o dispositivo de ver a criança, de ver o outro.

5 respostas

  1. Estou lisonjeada com essa escuta sensível de mim pelo meu lugar originário, o Maranhão, que me habita, levo por onde ando. Sou muito grata aos criadores desse projeto lindíssimo de incentivo às mulheres maranhense à arte,à literatura… todos modos de inclusão no ofício histórico escrita. Gratidão ❤️

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