Por: Linda Barros. Escritora e atriz, membro da Academia Poética Brasileira.
Em terra fértil, pisando com firmeza, certamente é possível colher bons frutos. E em solo fértil, como é o nosso Maranhão, temos talentos espalhados pelos quatro cantos, de norte a sul desse Estado. Além dos grandes autores como Ferreira Gullar, Gonçalves Dias, Josué Montello, Nauro Machado, Arlete Nogueira da Cruz, Laura Amélia Damous, Luiza Cantanhede, entre tantos outros nomes da nossa literatura, outro segmento cultural que não podemos jamais deixar de mencionar é o teatro.
E como o Maranhão é “Terra das Palmeiras” e São Luís a “Cidade dos Azulejos” e “Ilha dos amores”, o teatro tem uma dimensão gigantesca, com seus atores e atrizes de grande renome, seja local, seja nacional e principalmente regional. Nem precisa dimensionar os tantos valores culturais que temos com os artistas de palco ou das grandes telas, que emprestam seus corpos para os personagens que serão interpretados.
Aqui vamos nós, outra vez atravessar a famosa ponte, ou o Estreito dos Mosquitos, ponto de contato entre a Ilha e o continente. Saindo da ilha, seja por terra ou aéreo, percorrendo os mais de 600 km, chegamos à cidade de Imperatriz, “princesinha do Sertão”, localizada na região Metropolitana do Sudoeste Maranhense. A cidade se estende pelo rio Tocantins e é atravessada pela rodovia Belém-Brasília, tendo como vizinho bem próximo o estado de Tocantins.
Por força de seu grande desempenho nos mais diversos setores, principalmente do comércio e da prestação de serviços, Imperatriz ocupa a honrosa posição de segundo maior centro político, cultural e populacional do nosso estado. E, como estamos falando em grande desempenho, não podemos esquecer, um dos principais segmentos culturais e de entretenimento que é o teatro. Imperatriz hoje tem um dos mais importantes grupos teatrais do Maranhão: a Cia de Teatro Okajazo, grupo de teatro voltado para a comédia, que tem expressiva participação naquela cidade, com tamanha desenvoltura cultural e intelectual que hoje é conhecida por todo o Estado.
Com todos os problemas e percalços, falta de apoio (em todos os sentidos), comemorar duas décadas de uma companhia teatral é um grande feito e não é para qualquer uma, por isso tem que ser celebrado e comemorado com muito louvor. O objetivo principal do Okazajo é levar entretenimento às pessoas, independente de qual classe social ou idade, apresentando espetáculos que valorizem a arte cênica local. Com um humor peculiar, a Companhia Okazajo, apresenta e representa nos palcos as mazelas e as alegrias da vida real.
É muito importante e gratificante para toda uma sociedade, quando se leva um trabalho a sério, ainda que seja através do humor, da gargalhada, do riso e sobretudo com muita responsabilidade e respeito, ou seja, levar para os palcos temas do cotidiano de forma burlesca, mas com objetivo de entreter a plateia. Evaldo Lima, Rogerio Benicio e Whallassy Oliveira são atores que estão à frente da Cia criada em 27 de dezembro de 2002, portanto, passando mais de duas décadas de existência com muita alegria, bom humor e criatividade. A Okazajo ainda tem no elenco nomes como Yago Cortez, Ana Paula Ladeira, Adriana Kleine, Fernando Mello, Rafael Pinto, Jhonata Dias, Thaísia Rocha, Felipe Dias, Raylene Costa e Elizângela Mendes.
“Tv Okazajo”, “A casa”, “Cinquenta Tons de Taca”, “Musicaos – Bastidores de uma comédia musical”, “Os Chei de graça”, “Rhuan, Romeu e Julieta”, Mundirela, a Cinderela Maranhese”, TITANIC – da Sumauma ao Embiral” e claro “A Melhor Comédia do Mundo”, são alguns dos espetáculos apresentados pelo Grupo Okazajo. Com tanto sucesso nos palcos, grupo também resolveu se aventurar nas telonas, lançando o filme “Crepúsculo, Boca da Noite”, parodiando do clássico de vampiros adolescentes, com muito humor e características típicas de Imperatriz. Com tanto sucesso nos palcos, a Cia teve uma visibilidade tão importante que foram parar no cinema, pelas bandas daqui da terra de Domingos Tourinho (um dos maiores nomes do teatro maranhense), onde fizeram uma participação especial na produção cinematográfica Muleque Té Doido III – Mais doido ainda, do diretor Erlanes Duarte, onde deram um show de humor e interpretação.
“A Melhor Comédia de Todos os Tempos” é o carro chefe da Companhia. Nessa comédia, os atores “brincam” de maneira divertida sobre as histórias do cotidiano de uma família imperatrizense, composta pela mãe, uma vizinha e o filho. O espetáculo é carregado do humor escrachado do grupo, sempre com o foco na diversão, com cenas de improviso e muito humor.
E apesar de tantos problemas pelos quais passam todos os artistas e companhias teatrais, nos sentimos orgulhosos e plenamente felizes por termos tantos talentos espalhados por esse emaranhado Estado banhado por oceano e rios.
