terça-feira, 15 de outubro de 2024

Projeto Mural das Minas #38: Liduína Tavares: POESIA MOVIDA A RAZÃO E SENTIMENTO

Publicado em 18 de março de 2023, às 11:46
Imagem cedida pela autora.

Liduína Francisca Tavares de Sousa Lima nasceu em Coroatá – MA e reside em Bacabal-MA.
É graduada em Pedagogia pelo CESB/UEMA, Especialista em Fé e Política pela PUC/RJ.
É engajada em movimentos sociais e políticos. Integrou os primeiros grupos do teatro amador bacabalense, estrelando diversas peças e dirigindo duas pela Companhia Teatral ARTBAC; como artista usou opseudônimo Frêncys Lídia.
Foi eleita vereadora para a legislatura 2009/2012. Professora de carreira, ocupou vários cargos no serviço público.
É membra fundadora e atual presidenta da Academia Bacabalense de Letras (ABL), biênio 2022/2023, ocupante da cadeira nº 11, patroneada por frei Solano Kühn, para a qual se inscreveu com ACHADOS, obra em brochura encadernada que revela sua ideologia e estilo voltados aos questionamentos da vida, do homem como ser humano, da identidade de gêneros, da mulher, obra que trazia o cordel “Lula trabalhador: metalúrgico e gente”.
É coautora nas duas coletâneas impressas e na coletânea digital da ABL e na Antologia Outubro Poético II.
Atualmente, aposentada, dedica-se à família e às letras. Defensora dos direitos humanos, crava as frases: “Arbitrariedade não é justiça” e “Abuso de poder não é lei”.
Publica trabalhos literários no seu blog: www.profaliduinatavares.blogspot.com.

CONFABULANDO

Eu caibo no abraço
E nos teus braços eu me completo
Dia e noite me enlaço no laço
Das nossas vidas de agora
E as vividas em outras gerações
Eu me grudo no beijo caliente
E nos teus desejos eu me encaixo
Corpo a corpo no teu colo
E eu me espalho sôfrega
Enrosco o meu ser em transe
E preenchida de ti, acordo
Estou contida em mim.

SUSSURROS

Suspira o meu peito
Sentindo falta de ti
Zombam de mim os bêbedos
Por que sofrer tanto assim
Respondam é a dor da saudade
Sussurrando aos meus ouvidos
Dói-me tanto, não sei quanto
Dói-me muito
Dói-me mais

NO PRESENTE

TOCO a tua imaginação inadivertida
sempre porque me
TOCAS a sensibilidade
quando em mim a tua mão
TOCA desavisada ou intencional.

TOCAMOS a sorte do momento agora e sempre que libidinoso me
TOCAIS o corpo estremece, procura o teu corpo e ambos se
TOCAM, trocam-se,
ardentes se locupletam.

LAPSOS

Eu não irei para lá.
Não, ele também não está mais lá.
Quantos Flavios acenam a sua tirinha de papel e não são correspondidos!
A lei diz que é preciso fechar… Não interromper os laços,
Eles humanizam a esquizofrenia.
No caminho que percorro, sempre correndo
Não tem Nilze da Silveira.
A solitária ainda está ocupada, olho pra fora
A natureza plural me chama
De louca.
Não há loucura,
Em mim há utopia: coisa de artista,
De poeta,
Coisa de louco
Eu compro pés de galinhas,
Espero na fila o osso do dia.
Estou alienado, não estou louco,
Convivo com eles do lado de fora.
A solitária ainda está ocupada,
O espaço está fechado,
Os loucos trocaram a farda pelo paletó
Estão nos gabinetes
Não tomam ansiolíticos
Perdem o sono por outros motivos
Foi fechado mais um,
O que faço agora?
Ela insiste infecciosamente em mim.
Trasmissível se te permitires.
A loucura nossa diária
Pode esvaziar a solitária.
Eu tenho certeza, eu não sou louca.

BIO-ÉTICA

No bicho em que se transformou o homem
Ficou seu nome
Irracional, pessoal.
Ora caça, caçado, indócil,
Ora caçador, brutal, ilegal,
Inconstitucional.
Da caça que se faz o homem
Que desgraça!
Inepto, falta-lhe raça,
Coragem de transformar-se,
Se caçado, coitado!
Pobre homem transformado.
Se caçador, desumano, delituoso… então
Abaixo a caça de homens, de animais
Racionais, rivais, altivos, homens
Irracionais animais.
E salve-se, resgatando-se social.
E viva! A caça da graça do homem,
Do riso do amigo, do ombro do irmão,
Do homem humano.
E salve-se, renovando ideias saudáveis,
Criando meios,
Salvando a Natureza!

NATIMORTO

Eis que foste concebido
no seio materno não tiveste abrigo
ao sol e à chuva te expuseste
como teto tens a terra fria
que te recebe e te acolhe
obra-prima
matéria mórbida
sujeito da efemeridade da vida
fruto de um projeto
da prostituição.

3 respostas

  1. Parabéns, minha querida Bacabal-Ma, é sortuda por ter um ícone na Educação, Liduína Tavares é uma mulher, cristã, educadora,cidadã. Digna do meu respeito, admiração e confiança.

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