O presidente da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), Raimundo Trajano Neto, destaca nesta entrevista o sucesso que foi o 18º. Salimp (Salão do Livro de Imperatriz). A dois anos sem ser realizado em formato presencial, o evento reuniu, em nove dias, mais de 100 mil pessoas e movimentou mais de um milhão em vendas de livros e prestação de serviços. Trajano afirma que a população estava com saudades do Salimp, antecipa os próximos passos que a feira poderá tomar e aproveita para descrever outras atividades que a Academia de Letras realiza, o ano inteiro. Vale a leitura.
Região Tocantina – Qual é a história do Salimp?
Trajano Neto – Tudo começou há vinte anos com uma pequena feira, idealizada e realizada pelos membros da AIL [Academia Imperatrizense de Letras], no espaço Praça da Cultura e nas salas do prédio ocupado pelo Sodalício. Anos depois constatou-se que o evento precisava confirmar a sua consolidação através de um projeto mais ousado. Após minucioso estudo e consultas a outras feiras do gênero, o evento transferiu-se para o Centro de Convenções, passando a ser denominado SALÃO DO LIVRO DE IMPERATRIZ- SALIMP, reconhecido por Lei Estadual proposta pelo deputado estadual Marco Aurélio, sancionada pelo governador Flávio Dino, como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Maranhão.
Região Tocantina – Que balanço o senhor faz deste 18 Salão?
Trajano Neto – Teríamos, agora, realizado o 20° SALIMP, mas a caótica pandemia da Covid-19, que se prolongou durante os anos 2020 e 2021, não nos permitiu. Havia, pois, uma expectativa muito grande sobre o retorno do evento. Em resumo, chegamos ao final da 18a edição do SALIMP com um saldo positivo, apesar dos obstáculos. Escritores, palestrantes, editoras, livrarias, patrocinadores e, principalmente, o público visitante (em torno de cem mil visitas ao longo dos nove dias) registraram, enfaticamente, grande satisfação, fato que justifica, por parte da AIL, o nosso sentimento de sublime vitória.
Região Tocantina – É possível dizer que o público estava com saudades do Salimp?
Trajano Neto – Sim. Em verdade, estávamos ansiosos por esse reencontro do público alvo com o Salimp, após dois anos da sua última realização. Entendo que a 18a edição do evento, realizada de 08 a 16 de outubro, comprovou a sua consolidação em todos os aspectos, especialmente no item “público-alvo”, pessoas, gente que gosta de pegar o livro, de sentir o seu cheiro e degustar, como leitores, o seu conteúdo.
Região Tocantina – Quais os planos para o Salimp do ano que vem?
Trajano Neto – Naturalmente, embora o modelo até agora adotado seja continuamente aplaudido, sabemos que é preciso inovar, sempre. Assim posto, a nossa equipe de produção, execução e captação de recursos já está debruçada sobre o projeto da 19a edição do evento, a realizar-se no próximo ano. Ao longo dos próximos meses, analisaremos novas ideias e faremos uma filtragem das sugestões que nos forem oferecidas. Uma dessas ações é fazer gestões junto aos poderes públicos Municipal, Estadual e Federal, dialogando também com os respectivos Legislativos, buscando a aprovação da Lei do vale-livro, favorecendo, assim, a aquisição de livros por parte dos professores e dos estudantes do ensino fundamental da rede pública.
Região Tocantina – O Salão é uma vitrine para a produção literária local?
Trajano Neto – Sim. Se a Academia Imperatrizense de Letras, mentora e executora do evento, é uma fonte de inspiração e motivação para autores, veteranos e iniciantes, o SALIMP é a grande vitrine da nossa produção literária, que se agiganta a cada dia.
Região Tocantina – A Academia de Letras é muito identificada com o Salão do Livro. Quais outras ações ela desenvolve?
Trajano Neto – Realmente as pessoas menos atentas ao labor diário da AIL pensam que o SALIMP é a nossa atividade precípua. O PAÇO DA CULTURA SÁLVIO DINO, a casa da Academia, abre as suas portas diariamente, de segunda a sextafeira, das 14h00 às 18h00. Os membros da instituição reúnem-se, ordinariamente, às quintas-feiras, oportunidade em que temas de interesse acadêmico (literatura) e administrativo são debatidos. A nossa biblioteca, com milhares de títulos, e o acervo, desde 1976, do Jornal O Progresso, estão sempre disponíveis aos leitores e pesquisadores. Além disso, mantemos intenso intercâmbio, presencial e virtualmente, com professores e estudantes, tanto do ensino fundamental quanto do ensino superior. A Academia Imperatrizense de Letras tem uma agenda rotineira, também, com escritores e outros Sodalícios, visando a fomentar a produção literária, não apenas de Imperatriz, mas de todas as regiões do Maranhão e de outros estados. Outro item destaque do fazer da Academia é o Prêmio Literário AIL, em parceria com Prefeitura Municipal, via Fundação Cultural. O Prêmio, que tinha o valor de R$ 5.000,00 desde a sua criação, há mais de duas décadas, teve, recentemente, a sua Lei modificada. O valor, agora, incluindo as despesas a ele relacionadas, equivale a quinze salários mínimos. Pecuniariamente, é um dos maiores do Brasil.
Uma resposta
Parabéns pelo trabalho, do Presodente da Academia Imperatrizense de Letras e ao nobre ativista cultural, Vice Reitor da UFMA, Prof. Dr. Marcos Fábio.