Os dissabores e as delícias da vida nos fazem refletir sobre o que é bom e o que é ruim sobre quase tudo, mas principalmente sobre como cada um vê as coisas, ou seja, como cada um pode e deve opinar sobre tudo. Simploriamente, entendemos que tudo deve estar em seu devido lugar ou como dizem, “cada cual en su corral”, cada um no seu quadrado, ou, ainda, cada macaco em seu galho.
A cada despertar do dia a dia é feita uma escolha: “com que roupa eu vou?”, “Qual caminho é o mais curto para chegar ao trabalho?”, “Que direção tomar?”, até um simples gesto é resultado de uma escolha feita.
Tudo, absolutamente tudo, é uma questão de escolha. E mais: temos consciência e responsabilidade de que essas escolhas podem nos afetar ou afetar aos outros, mas, sobretudo, que nossas escolhas possam nos diferenciar dos demais. E mais ainda que essa opção de vida não interfira no cotidiano dos nossos semelhantes.
Lutamos bravamente todos os dias para dar o melhor de nós à nossa prole. Então, da mesma forma que isso afeta ao nosso próximo, é de bom tom também pensar que as decisões estão elencadas a uma função maior. E, nesse contexto, o que mais importa é o respeito por nós mesmos e pelos outros.
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento criado em 1948, no artigo 1º diz que, “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros”
Não precisa necessariamente recorrer aos dicionários para entender o conceito de respeito, pois, no sentido amplo da palavra, é um dos valores humanos que fundamentam a vida em sociedade. Significa dizer que respeitar não é concordar com todos, mas é saber ouvir, refletir e entender que há diferentes formas de pensar e dizer aquilo que se quer.
E em meio à desordem humana, o mundo está um verdadeiro caos, onde ninguém se entende: amizades são desfeitas e famílias esfaceladas por conta de pensamentos que saem pela boca dos que falam o que pensam e o que querem “agarrados” à democracia, conceito que, por um lado, só existe no papel. Em suma, todos temos direito às nossas escolhas, sejam elas de cunho político ou não.
No entanto, na atual conjuntura em que nos encontramos, uma simples opinião adversa é motivo para nos encontrarmos em um campo de batalha, onde ninguém se entende e muito menos se é respeitado por isso.
Todas essas reflexões são para dizer que, apesar das opiniões e dos gostos diferentes, podemos viver em harmonia sem precisar agredir a ninguém verbalmente. Pois, como disse Voltaire, “Posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las”.
E por fim, o importante é respeitar o direito do outro de ir e vir. Se não gostou, ignore! Porque “para los gustos están los colores”.