Meu nome é Luana Gonçalves, mas podem me chamar de Lua. Tenho 22 anos de idade, nascida, criada e crescida em Imperatriz.
Atualmente sou acadêmica do curso de Letras (Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa) da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão – Uemasul, com o objetivo de realizar o sonho de exercer a docência. Hoje o sonho está ganhando forma e sendo concretizado.
Sempre gostei de escrever, tanto que me atrevo a rabiscar alguns versos. O gosto pela escrita poética vem da possibilidade que tenho de “brincar” com as palavras e com elas transmitir mensagens, sentimentos, reflexões e até mesmo tatos, sabores e aromas.
Escrever, para mim, é um ato de liberdade. A escrita é o lugar em que me encontro e ao mesmo tempo me perco.
DE MIM
De mim
Tu tens arrepios
Calafrios
Borboletas
Risos
Rios
Estrelas
Tens abraço
Amor, calor
Espaço
Os inteiros e pedaços
De mim
Tu tens os dias
E as horas
Os amanhãs
E o agora
Tu tens a pressa
E a demora
Mas, de mim
Tu tens ainda
As angústias
E os anseios
Tens os medos
E as luas
Aflições
E a recua
De mim
Tu tens
Por completo
Sem excetos.
SEDE
Se quiseres, serei água
pra em ti eu desaguar.
Deslizar em cada canto,
te molhar,
te encharcar.
Serei tua fonte
ou teu intento,
pra saciar a tua sede
ou deixar-te mais sedento.
EU SOU NÓS
Tapam minha
Boca
Mas não calam
Minha voz
Sozinha
Eu não sou
Benzadeus eu sou Nós!
Sou Maria
Sou Lia
Sou Luzia
E Francisca
Sou Eva
Sou gente
E igual Marielle
Também sou Presente
Presente na luta
Labuta
Tachada
De puta
Indecente
Eu
Que sou estuprada
Torturada
E largada
E ainda imprudente?
Quem dera sangrar
Sete dias
Por mês
Mas
Meu sangue escorre
Os trinta dias
Do mês
E não é natural
Do contrário
É brutal
De total rispidez
Eu morro
No morro
Em casa
Na rua
No Sol
Ou na Lua
Socorro!
Eu corro
Sem ruma
Sem rumo
Eu choro
Com medo
Do fim desse enredo
Mas rezo
Eu peço
Irrito
Eu grito
Um grito exigente
Bem mais que urgente
Gente
Parem de matar a gente!
Tapam minha
Boca
Mas não calam
Minha voz
Sozinha
Eu não sou
Benzadeus eu sou Nós!
MAR
(Para Marielle Franco)
Quiseram me calar
Tentaram
Insistiram
Esqueceram que sou Mar
E sendo Mar eu deságuo
Sendo Mar eu agito
Sendo Mar eu vou
E por ser Mar eu volto
Volto mais forte
Quiseram me calar
Tentaram
Insistiram
Me impuseram a tal da morte
Mas esqueceram
Esqueceram que sou Mar
E minhas águas infinitas
E minhas ondas energias
Que não cessam
Não quietam
Não calam
Mas quiseram me calar
E esqueceram que sou Mar
Uma resposta
Isso, isso! Somos nós! Amei os poemas!