Esta semana, não descobri ainda o porquê, me dei um flagra refletindo sobre a maturidade, e acabei viajando no tempo.
E não é que é legal viajar no túnel do tempo? Revi amigos, as brincadeiras e peraltices da infância; aquela vez que cuspi, zangado, na saia da professora por haver tirado uma nota baixa, e ainda aquele dia no qual perguntei a ela, e fiquei sem resposta, quem era o pai de Deus.
Viajar no tempo é legal! A gente só não pode é ficar preso, lá. Descobri que uma visitinha, de vez em quando, faz bem para a saúde. Agora, com uma outra ressalva: desde que seja pra reviver boas recordações. Diferente disso, faz um mal danado.
De volta ao lance da maturidade. Embora saibamos que seja um estágio para o fim corporal, se a gente analisar bem, é pura magia. Trata-se de um momento mágico da vida, sobretudo quando a gente faz aquelas paradas obrigatórias, como um dia comentou comigo um espiritualista. “Nessa fase são necessárias algumas paradas obrigatórias para que haja os consertos necessários e a gente possa seguir adiante”, ensinou ele.
Pensei, e tentei encontrar uma maneira de compreender o que seria essa tão esperada maturidade. De repente, na minha mente, como um filme, surgiu uma lagarta rastejando bem devagar. O bicho via tudo por um único ângulo. Passava por cima de pau e pedra, se machucava, e parecia não sentir dor. Medo? Não existia! Ao meu sentir, havia naquela lagarta um sentimento de infalibilidade.
Num determinado momento, obedecendo ao comando natural da existência, a lagarta parou e se recolheu por um determinado tempo. Parada obrigatória para um período clausura e de transformação. Com a graça de ter chegado até ali, agora sim, surgia uma bela e colorida borboleta.
A lagarta se transformou, criou asas e voou. Passou a ver o mundo lá do alto. Pôde perceber que as pedras pelas quais até pouco tempo rastejava, continuavam lá, mas que no meio delas era possível enxergar o verde que não via antes e uma enorme variedade de flores.
Agora com as asas, se quisesse, a ex-lagarta poderia ir mais longe , ir a lugares antes inimagináveis e escolher pousar nas flores mais belas.
Enfim, a lagarta passou a ser mais seletiva, e se soubesse cantar, naquele instante, certamente cantaria como aquele velho músico americano Louis Armstrong na sua clássica canção: What wonderful world ( Que mundo maravilhoso) .