Este ano, o Salão do Livro de Imperatriz faria 18 anos. A pandemia veio adiar os planos dos organizadores, da Academia Imperatrizense de Letras. Então, a coordenação da AIL resolveu fazer um Salimp Virtual, para não deixar passar a data em branco. Nesta entrevista, a professora Edna Ventura, ex-presidente da AIL e uma das organizadoras das edições passadas, aborda a importância deste evento cultural para a região tocantina e diz como será esta feira virtual, em 2020.
Região Tocantina – Como a pandemia impactou a realização do Salimp?
Edna Ventura – O principal impacto foi a impossibilidade de a Academia Imperatrizense de Letras – AIL, realizar o evento de forma física, em um espaço com mais de cinco mil metros, com várias programações acontecendo simultaneamente durante dez dias. Somando-se a isso, podemos considerar o distanciamento social imposto pela pandemia do Coronavírus um grande prejuízo, uma vez que o Salimp é um espaço democrático, de encontros festivos, culturais e afetivos para a sociedade de Imperatriz. É a grande festa da cultura e da literatura na região tocantina.
Região Tocantina – Qual a consequência da não realização do Salimp, na forma como é tradição, este ano?
Edna Ventura – Certamente muitas consequências. Prejuízo financeiro para o mercado editorial, tanto para os livreiros de todo o país que todos os anos participam do Salimp, expondo para venda milhares de títulos de todas as editoras do país, bem como para os escritores e artistas locais, que são as atrações diárias e fazem do Salimp uma vitrine de exposição e divulgação de suas produções literárias, musicais, artísticas, etc. Mas a Academia de Letras se curva a essa nova realidade. Sendo assim, enxerga na tecnologia uma possibilidade de se reinventar e não deixar de realizar o Salimp, que já faz parte do imaginário e da expectativa da sociedade imperatrizense.
Região Tocantina – O Salimp, pode-se dizer, é hoje mais que uma feira de livros?
Edna Ventura – Sim. É a grande festa da cultura. O maior evento literário e cultural da Região Tocantina (sul do Maranhão, norte do Tocantins e leste do Pará). É um evento cultural de divulgação do livro, incluído no circuito nacional das feiras de livros do país e oportuniza acesso fácil ao livro, incentiva e estimula o hábito de leitura especialmente para as crianças e jovens. Está na sua 18ª. edição. O Salimp hoje é uma grande marca. Um astro reluzente na história de Imperatriz.
Região Tocantina – Como está a organização para a realização do Salimp virtual?
Edna Ventura – A programação está sendo finalizada, totalmente adaptada para as plataformas digitais, com o principal objetivo de fortalecer a marca Salimp e divulgar os escritores e artistas locais. A grade de programação será com lives interativas; lançamento e apresentação de livros; mini palestras; poema e leitura declamada; entrevistas; exposição artística; atividades lúdicas e culturais para crianças e jovens. Será ainda apresentado um documentário de resgate histórico das dezessete edições do Salimp. Além disso, estamos buscando recurso financeiro, seja público ou privado.
Região Tocantina – A senhora acredita que, para 2021, já poderemos ter o Salimp de volta, no formato original?
Edna Ventura – Acreditamos que sim, pois há a esperança de que a comunidade científica encontre, em breve tempo, a fórmula da vacina contra a Covid-19, que a vida retome seu “novo normal” e possamos realizar o Evento em seu formato original, o que, certamente, será um grande momento de reencontros da sociedade imperatrizense, especialmente dos estudantes com escritores, artistas, cantores, livros, exposições. É o que muito queremos, e a Academia Imperatrizense de Letras está preparada para retomar a realização desse momento tão mágico e significativo para a alma da cidade, que é o Salimp, quem sabe já em 2021.
Região Tocantina – Haveria uma chance de o Salimp, daqui para frente, ter também um formato virtual?
Edna Ventura – Acreditamos que sim. A realidade virtual é uma ferramenta importante também para o setor de eventos. Certamente aprenderemos muito com essa nova experiência, o que, certamente, motivará a AIL a realizar anualmente uma edição virtual do Salimp e uma no formato original.
Região Tocantina – Qual a importância do Salimp para a literatura da nossa região?
Edna Ventura – O Salimp oferece grande contribuição para a educação e cultura da cidade e da região. Motiva escritores novos e veteranos, e estimula o hábito da leitura, pois divulga o livro como instrumento de conhecimento e saber, com alcance a todas as faixas etárias, econômicas e sociais.