Hoje em dia, quase todas as vezes em que estamos navegando pela internet e redes sociais, nos deparamos com algum exemplo de storytelling, que é a técnica de contar história para atrair a atenção do público-alvo. Em diversas áreas, essa técnica já é bastante usada. A jornalista e professora Mônica Brandão, mestra em Gestão e Desenvolvimento Regional, com pesquisa aplicada à Comunicação, aborda e explica, nesta entrevista, os aspectos principais do storytelling. Vale a leitura.
Região Tocantina – O que é o storytelling?
Mônica Brandão – É a utilização da contação de histórias como técnica para palestras, atividades didáticas ou demais espaços de comunicação. O Storytelling também prevê a utilização de recursos audiovisuais.
Região Tocantina – A impressão que a gente tem é que o storytelling nasceu com as redes sociais. É verdade?
Mônica Brandão – A técnica incialmente nasceu com o advento da internet, ainda nos anos 1990. A ideia era conseguir conquistar o público para diversos enredos de comunicação por meio da contação de histórias. No Brasil, o storytelling ganhou espaço, desde o início, também em meios, até então offlines, com a TV. Os telecursos, muito comuns na TV aberta no fim da década de 1990 e início dos anos 2000, foram exemplos disso. Com o tempo, a metodologia ganhou as salas de aulas e hoje é tão presente no online quanto no offline.
Região Tocantina – É possível aplicar essa técnica em qualquer área?
Mônica Brandão – Comunicação em geral, educação, saúde (com estudos de casos), gestão (com os famosos cases de sucesso) são alguns dos exemplos.
Região Tocantina – No que o storytelling pode ajudar uma pessoa, no seu universo profissional?
Mônica Brandão – O Storytelling nos desafia a repensar situações e informações que às vezes parecem formais, burocráticas e desinteressantes de forma a atrair um determinado público. Desta forma, a metodologia ajuda o profissional a aguçar a criatividade, empatia, humanização e a conquistar o engajamento do público-alvo por meio da dedicação em tornar o processo comunicativo claro e atraente.
Região Tocantina – Quando se deve usar a técnica do storytelling?
Mônica Brandão – Quando há dificuldade de chamar atenção do público-alvo, quando esse público não compreende a linguagem formal e é necessária uma adaptação na comunicação e também quando se tem o objetivo de engajar e conquistar o público para também se tornar protagonista do processo comunicativo.
Região Tocantina – Quem quer aprender a usar o storytelling, por onde começar?
Mônica Brandão – Ler sobre a metodologia é o primeiro passo. Materiais sobre metodologias ativas trazem conteúdos a respeito. Além disso, “pensar fora da Caixa” sobre assuntos que parecem corriqueiros. Buscando visões criativas e elaborando enredos com histórias para abordar temáticas diversas.
Região Tocantina – Na sua opinião, o storytelling tem fôlego ou é apenas mais uma técnica fugaz?
Mônica Brandão – Tem fôlego, e muito. O principal ponto que fortalece é a crescente busca por conquistar as gerações mais jovens, Z e Alfa, que têm como características o imediatismo, o acesso amplo e facilitado à informação e a tendência até mesmo à desatenção causada, entre outros fatores, pelo uso do celular, por exemplo. Essa geração precisa ser conquistada e o storytelling é uma excelente alternativa para chegar a essa conquista e engajamento, tornando conteúdo e informações mais interessantes do que o celular, por exemplo.