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Todas as máquinas voadoras que o homem lançou ao espaço, todas as fotografias analisadas, todo o material pesquisado, todos os estudos feitos e as conclusões tiradas nos dizem que, depois dos limites do planeta Terra, não tem qualquer criatura viva — pelo menos não do tipo com que a gente possa bater um papo, perguntar como são as coisas por lá de onde veio ou onde mora, o que ela pode fazer por nós e nós por ela.
Até uns tempos atrás, e hoje distantes mais de 20 bilhões de quilômetros da Terra, as naves espaciais americanas “Voyager” (1 e 2) continuavam enviando informações. Também estas nos diziam que nos planetas sondados da Via Láctea não havia o menor sinal de vida — nem um sinalzinho, mesmo de vidinhas desinteligentes.
Mas os humanos insistem. Queremos saber de existências. Queremos que saibam que existimos. Puseram nas Voyagers um disco de cobre, banhado a ouro, com a localização da Terra em relação a 14 pulsares, que são estrelas que emitem ondas de rádios em tempos regulares, de 1,4 segundos. Ainda no disco, 115 imagens da Terra, vozes fazendo saudação em 55 idiomas, sons da Natureza (trovões, pássaros etc.) e humanos (músicas etc.).
E, enquanto humanos não descobrem vidas além, estas são inventadas aqui mesmo. Daí as histórias que circulam. Os livros. As histórias em quadrinhos. A ficção científica. O esoterismo. Tudo a nos alimentar de esperança e ilusões.
E se humanos não podem criar realidades de vida exoterráqueas, ao menos criam palavras, que passam a existir para dar nome ao que (ainda) não existe. Não existem marcianos, nem plutonianos, tampouco homens de Netuno, naves de Urano…
…E a ciência comprovou que nem os anéis de Saturno são anéis.
Portanto, contentemo-nos com as camisinhas de Vênus…
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As perguntas são muitas e não mais apenas: O que somos? De onde viemos? Para onde vamos?
A confirmação da Ciência de que, pelo menos por enquanto, não existe vida nos mundos lá em cima sugere, cá embaixo, novas formas de indagações:
“Por que só nós?”
Ou: “Por que nós… sós?”
A vida talvez esteja depois desses 20 bilhões de quilômetros daqui.
Temos de caminhar um pouco mais…
EDMILSON SANCHES
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