sexta-feira, 26 de abril de 2024

ENTREVISTA – Roseane Pinheiro: Por dentro do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI)

Publicado em 24 de agosto de 2023, às 19:04
Fonte: Da Redação
Imagem cedida pela entrevistada.

Em maio deste ano, um grupo de professores(as), pesquisadores(as) e intelectuais de Imperatriz se reuniu e fundou o IHGI – Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz, entidade que foi criada na esteira de outras congêneres em algumas cidades do Maranhão, como Viana. A ideia do IHGI é trabalhar para ser um instrumento de preservação e difusão da história e da memória da cidade, a partir das ações que fomentar. Nesta entrevista, a presidente do Instituto, professora doutora Roseane Arcanjo Pinheiro, do Curso de Jornalismo da UFMA, esclarece como a entidade funciona e o que ela pretende para os próximos anos. Vale a leitura.

Região Tocantina – Quando e como foi criado o IHGI?

Roseane Pinheiro – O Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz foi fundado no dia 27 de maio de 2023. Neste momento desta entrevista, faremos 3 meses de funcionamento. O instituto é fruto da mobilização de escritores, jornalistas, historiadores, geógrafos e professores universitários interessados em preservar os patrimônios material, imaterial e natural de Imperatriz, uma cidade que cresceu muito economicamente desde os anos 60 do século XX, mas precisa valorizar mais suas expressões culturais, suas identidades e suas memórias.  Esse movimento não é de hoje, desde os anos 80 do século XX, intelectuais da cidade desejavam liderar ações nesse sentido: estimular políticas públicas, promover ações coletivas, fazer novas pesquisas, lançar livros, promover eventos para valorizar a história, a cultura e memória de Imperatriz. Porém, como dissemos, a ideia do IHGI não é nova. Retomamos, de forma coletiva, mais de 30 anos, aquele sonho dos colegas reunidos em 1989, que buscavam a criação de um espaço para documentar e pesquisar os acontecimentos históricos, culturais e políticos da cidade e região.

Região Tocantina – Qual é o perfil dos membros?

Roseane Pinheiro –  De acordo com o estatuto do IHGI, podemos ter os seguintes membros: membro efetivo fundador, que participou da assembleia de fundação; membro efetivo, que é admitido pela assembleia geral; membro benemérito, que pode ter concedido esse título em função do apoio material e financeiro às ações do IHGI. Temos ainda o membro honorário, as pessoas podem receber esse título por causa dos relevantes serviços intelectuais, culturais, artísticos e sociais prestados à sociedade. O último perfil é o membro correspondente, aquele ou aquela que mora fora do município de Imperatriz. Sobre o perfil profissional dos integrantes do IHGI, podemos dizer que é bem diverso: são jornalistas, historiadores, cientistas políticos, advogados, pedagogos, teólogos, professores universitários,  escritores, entre outros. 

Região Tocantina – É possível entrarem novos membros?

Roseane Pinheiro – Temos hoje 40 membros efetivos fundadores e iremos, até o final deste ano, escolher mais dez membros, mediante a análise dos perfis, em votação pela assembleia geral. Vamos divulgar amplamente, através de edital, essa oportunidade a todos os interessados. O principal é serem pessoas que realizaram pesquisas e ações relevantes para a preservação do patrimônio cultural da cidade de Imperatriz nos últimos anos.

Região Tocantina – Como se dá o processo de entrada de um membro novo?

Roseane Pinheiro – Os primeiros 40 membros do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz são considerados membros fundadores. Foram escolhidos por uma comissão em decorrências do destaque de suas pesquisas e ações em prol das memórias e história de Imperatriz. Os próximos dez integrantes, como informamos, poderão se inscrever, a partir de um edital a ser divulgado até final do ano. A assembleia geral vai analisar os pedidos e escolher os 10 novos integrantes.

Região Tocantina – Quais as atividades que o IHGI pretende realizar?

Roseane Pinheiro – Temos, no momento, três eixos: 1. Fazer funcionar o Conselho de Patrimônio Cultural e Natural da cidade, que foi aprovado na Câmara Municipal há quase 15 anos, mas ainda não foi efetivado. A proposta é atualizar a formação do Conselho e inserir assentos para representantes da  Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que tem hoje o curso de Licenciatura em Ciências Humanas, e para o Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz. O segundo eixo é valorizar a atuação dos integrantes do IHGI que realizam as pesquisas sobre o patrimônio cultural da cidade. Fizemos, no dia 22 de agosto, a 1ª Roda de Conversa com Pesquisadores do IHGI, na Uemasul. Foi um evento muito positivo, pois a ideia é agregar os diferentes pesquisadores do IHGI para que possam divulgar e fortalecer seus estudos. Teremos mais 3 rodas de conversa até novembro deste ano. Depois a ideia é lançar esses trabalhos em formato de livro impresso e e-book. Nesse sentido, também faremos a posse dos 50 membros até o final do ano para termos um conjunto completo de membros. O terceiro eixo é termos a sede física do IHGI. Já fizemos contato com a Prefeitura Municipal de Imperatriz e faremos com o Governo do Estado. Estamos analisando a situação de alguns prédios históricos para pleitearmos um deles como sede. A atual diretoria propõe que seja um prédio histórico, pois assim daremos o exemplo ao ocupar o local, preservar as memórias e torná-lo espaço de ações concretas pela valorização da história da cidade.

Região Tocantina – Quais os principais desafios para os próximos anos?

Roseane Pinheiro – Estamos em um momento muito positivo para as ações na área da Cultura. Temos a Lei Paulo Gustavo, por exemplo, que é uma iniciativa do Governo Federal, com um volume alto para projetos na área cultural. E vamos ter ainda outras oportunidades, em níveis estadual e municipal, e outras também com a iniciativa privada. O desafio maior é organizar o Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz para que seja formalizado e possa disputar os recursos. Outro objetivo é capacitar os pesquisadores para tenham condições de captar essas verbas e realizarem bons projetos.

Região Tocantina – O IHGI pretende ter algum produto de divulgação das suas ações?

Roseane Pinheiro – O IHGI tem noventa dias de fundação e já fez contatos com o poder público, visitas oficiais e eventos. Temos, no momento, para divulgação o nosso Instagram, @ihgi.itz e dois grupos de Whatsapp, onde divulgamos nossas atividades. Temos a parceria com o jornal “O Progresso” e o site “Região Tocantina” para a divulgação de textos na Série “Imperatriz Memórias”.  O objetivo é apresentar a produção dos membros do IHGI. Queremos, ainda esse ano, em parceria com o Curso de Jornalismo da UFMA, organizar uma equipe que vai intensificar a visibilidade do IHGI, através de mais redes sociais, outras estratégias de comunicação e um planejamento mais detalhado. Dessa forma, aprimoraremos a comunicação com todos os públicos.

(Você acessa o Instagram do IHGI aqui: https://www.instagram.com/ihgi.itz/https://www.instagram.com/ihgi.itz/

Região Tocantina – Como você avalia a importância desta entidade para Imperatriz e Região?

Roseane Pinheiro – O Instituto Geográfico e Histórico de Imperatriz tem um papel agregador ao reunir os pesquisadores e fortalecer mais ainda a união deles em torno da preservação do patrimônio cultural da cidade.  Esses pesquisadores são nosso capital intelectual. A ideia é potencializá-los para que dinamizem a cena cultural da cidade através de novas atividades, que movimentem pessoas, recursos e públicos, de forma significativa. Temos uma cidade multicultural e pluriétnica, esse panorama precisa ser mais pesquisado, valorizado e reconhecido como fomentador das identidades locais.

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