quarta-feira, 23 de abril de 2025

Coluna Empreendedorismo Feminino #010: CNV: Já ouviu falar em comunicação não violenta?

Publicado em 11 de julho de 2023, às 7:23
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 Ou melhor, você acha que sua comunicação é violenta?  Você sabia que quando o outro tem necessidade de se defender após sua fala é porque sua comunicação está violenta? Como seria sua vida se você conseguisse se comunicar de forma que todas as suas necessidades fossem atendidas?  Como seriam seus relacionamentos interpessoais, no trabalho e na vida pessoal se você conseguisse compreender a real necessidade das pessoas que lhe rodeiam?

Marshall Rosenberg foi um psicólogo norte americano conhecido por implementar uma cultura de paz, tanto no âmbito pessoal como em áreas de grande tensão. Atuando como mediador de guerras, resolveu conflitos através de diálogos pacíficos utilizando um método que ele batizou de Comunicação Não Violenta.

Marshall notou que a comunicação desempenha um papel crucial, com o falar e o ouvir, nos ligando a nós mesmos e aos outros.

A Comunicação não violenta, também chamada de CNV, sigla que denomina o método, é uma abordagem que compreende as habilidades de falar e ouvir, que leva os indivíduos a se entregarem de coração, possibilitando a conexão com si mesmos e com os outros, permitindo assim que a compaixão se desenvolva.

Baseado em princípios como a empatia, autocompaixão e autenticidade. O esquema estruturado por Marshall nos mostra que somente compreendendo os próprios sentimentos, através da autocompaixão e os sentimentos dos outros, utilizando da empatia, os indivíduos poderão ser autênticos e expressarem de forma eficiente e eficaz suas necessidades, alcançando assim, grande probabilidade de terem seus pedidos atendidos.

Para Marshall toda forma de violência é a manifestação trágica de uma necessidade não atendida. Imagina você aprendendo a falar de forma que se sinta ouvido e tendo suas necessidades atendidas? Com a Comunicação Não Violenta podemos  voltar a linguagem do coração, da qual fomos desligados pelo paradigma do julgamento tão presente em nossa comunicação atual.  Ao testar o método conseguimos perceber a violência contida em nosso discurso. Vamos aprender os 4 passos da CNV?

Passo1: Faça uma OBSERVAÇÃO sobre algo que está te incomodando. É importante narrar o fato sem nenhum juízo de valor, sem julgamentos.

Passo2: Hora de falar de SENTIMENTO. Descreva como este fato faz você se SENTIR. Não confunda sentimentos com pensamentos

Passo 3: Que NECESSIDADE sua não está sendo atendida. Fale das necessidades humanas universais e não de estratégias para conseguir o que deseja.

Passo 4: Por fim faça um PEDIDO Agora sim você pode pedir algo a seu interlocutor. O pedido precisa ser claro, bem específico e realizável. E de forma alguma pode conter exigências, ameaças e imposições.

Na prática seria assim: Digamos que tem se repetido o fato de um colaborador não cumprir prazos e seu líder resolveu usar a abordagem da CNV na tentativa de alinhar esta questão. O passo 1 seria narrar o fato isento de julgamentos, por exemplo, “João, é a segunda vez que você perde um prazo”. O segundo passo é revelar o sentimento que a situação gera, “ João isto fez eu me sentir envergonhado diante do cliente”, em terceiro vem a necessidade não atendida,  “Nossa empresa necessita ter credibilidade e a pontualidade é um requisito importante para garantir nossa boa imagem” Agora sim este líder pode fazer um pedido, “ Agora que você sabe como é grave as consequências deste fato, você poderia se comprometer comigo de que vai priorizar esta questão e entregar os relatórios pelo menos um dia antes da data marcada para que assim os prazos sejam sempre cumpridos com o cliente?

Note que o líder da equipe não fez julgamentos, não fez afirmações que atascassem a identidade do colaborador e foi auto responsável falando de si e não do seu interlocutor, e por isso o colaborador não tem necessidade de se defender e tende a responder afirmativamente ao pedido  do seu superior.

Nesta mesma situação podemos exemplificar como podemos usar a CNV para  desenvolver diálogos em que somos capazes de levar o o outro a  nos comunicar com clareza sobre suas necessidades, pois o líder após apontar o fato de que o prazo foi descumprido pela segunda vez, pode questionar seu colaborador a respeito de como ele está se sentido e que necessidade sua não está sendo atendida gerando este atraso.

Usei um exemplo do uso da Comunicação Não Violenta no ambiente corporativo, mas a mesma técnica pode ser usada no ambiente familiar e em qualquer tipo de relacionamento.

Que tal começar a praticar os 4 passos? Já pensou usar CNV para alinhar comportamentos do seu filho? Ou para ajustes no relacionamento conjugal? Sempre falamos aqui neste canal, do quando a nossa educação nos afastou do entendimento que somos todos um e do quanto os julgamentos nos afastam dos outros. E para Marshall , a CNV é um método para voltarmos a linguagem do coração, saindo de uma comunicação violenta voltaremos a esta percepção de que somo um com o todo.

 “CNV é mais que processo ou linguagem. Num nível mais profundo, ela é um lembrete permanente para mantermos nossa atenção concentrada lá onde é mais provável acharmos o que procuramos.” Marshall Rosenberg

P.S. Você pode conhecer mais sobre o assunto através de meus cursos e sugiro também a leitura de Comunicação não violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais de Marshall B. Rosenberg.

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