domingo, 3 de novembro de 2024

Mural das Minas #041 – NEVES AZEVEDO: a poesia com olhar social

Publicado em 7 de abril de 2023, às 12:26
Imagem fornecida pela autora.

Maria das Neves Oliveira e Silva Azevedo nasceu em Pedreiras-MA, reside atualmente em São Luis-MA.
Licenciada em Letras – Português e Literaturas e Bacharel em Secretariado Executivo, ambos pela Faculdade Atenas Maranhense – FAMA. Especialista em Gestão da Educação pela Faculdade Einstein, Salvador-BA; Especialista em Docência do Ensino Superior e Especialista em Educação a Distância. Professora, escritora, poeta e Coach.
Autora do livro: Retrospectiva Poética – Histórias em Versos. Tem participação nos Livros publicados: Tábua de Papel: estudos de Literatura Maranhense; Secretariado: mitos, falácias e Verdades; Secretariar é uma Arte: estudos reunidos; Mil Poemas para Gonçalves Dias e várias Antologias.
Homenageada com o troféu “Carcará” , no Projeto Histórico e Cultural da FIEMA, pela poesia “João Pedreiras do Vale”. Recebeu do Instituto Histórico Geográfico do Maranhão a Comenda Gonçalves Dias, em 2013. Imortal na Academia Pedreirense de Letras; na Academia Ateniense de Letras e Artes. Membro da Associação Maranhense dos Escritores Independentes – AMEI. A Primeira mulher sócia correspondente da ALMECE – Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará.

UM JARDIM CHAMADO MULHER

Como uma flor que desabrocha
Tem beleza, tem espinhos
Não importa a sua cor
Ela escolhe um caminho
Caminho que tem…
Homens mesquinhos,

Que as fazem sofrer
Um verdadeiro desatino,
Com diálogo e amor
Traz-se a paz, ao ninho
Ninho traquino,
Vire homem seu menino

E escute esse clamor
Não toque nela Senhor,
Pois na mulher, não se bate
Nem com uma flor.
Não toque nela, senhor.
Pois causa muita dor.

Quando houver respeito!
A Joana de cor
A Helena da rua…
A Maria da dor
A Amélia ferida
Não haverá tanta dor.

Quando houver diálogo!
A Margarida do bar,
A Zélia do Café,
A Beatriz do Metrô,
A Luciana da fé,
Não haverá tanta dor.

Quando houver confiança
Na Marta da dança
Na Odete do São João
Na Vânia que é amor,
Na Lívia do mercadão,
Não haverá tanta dor.

O JOÃO QUE A ESCOLA NÃO QUIS

Lembrar de João do Vale,
É lembrar da lua cheia…
Das noites de cantoria,
A poesia, com certeza.
Quando pegava a viola,
João fazia um repente…
Nascia uma nova canção,
Para alegrar muita gente.

Era “Estrela Miúda”
O “Forró do Beliscão”
Era “Peba na Pimenta”,
Tudo era emoção.
Pegava o trem em Teresina,
Para São Luís do Maranhão.
Só para namorar,
As Morenas do Grotão.

Mas nem tudo foram risos,
Neste mundo “Carcará”
João estava na escola,
Mas não pôde estudar,
Sua vaga foi cedida
Para o coletor de lá.
Homem muito importante,
Que acabava de chegar.

Branco, rico e doutor,
Quem iria contestar?
Em favor do João Ninguém
Negro, pobre e matuto,
Que sonhava estudar.
Saindo daquela escola
João uma promessa fez,
Um dia, artista eu serei.

Compôs uma canção
Da sua história falou
Com um sorriso bem largo,
Assim, ele cantou:
“Vige, como eu tinha inveja,
De ver o Zezinho contar,
O professor ralhou comigo,
Porque eu não quis estudar”.

Hoje na nossa memória.
Temos o João do Vale,
Cantor e compositor,
Cheio de marcas da vida,
Que nunca se intimidou…
Do povo, da sua vida sutil,
Poeta como você, João
Em Pedreiras, nunca se viu!

O Homem do Século.
João Batista do Vale,
Que tanto sucesso fez,
Não se entregou ao destino,
De não ter um professor.
Recebeu vários prêmios,
Com o seu “Carcará”
E seu “Pisa na Fulô”.

MÃE TERRA PEDE SOCORRO

O sol parecia querer tocar nas águas!
E eu na magia do momento,
Vagava com meus pensamentos…
Pensando em você, mãe terra,
Queria parar o tempo!
Ainda temos tempo?!

Pisando na areia,
Vi a maldade do homem
Contra a natureza,
Garrafas, plásticos… lixos,
Então, eu tive certeza,
Caminhamos para o fim
Do mundo, da natureza.

A mãe terra vai aguentar
Tanta destruição?
Vai não… ela clama por socorro!
Seu grito ecoa nos mares
E os homens continuam surdos
Ouvi-la?! Não, não querem não.

Perdão, mãe terra,
Pelo lixo, pelas guerras
Pela dor, pelo eclipse…
Destruindo nossas florestas,
Que futuro nos espera?!
Eu sei… o apocalipse.

2 respostas

  1. Minha querida amiga-Poeta e escritora- MARIA DAS NEVES, apraz-me, bastante, o fato de ser contemplado por Deus e Nossa Senhora de Nazaré, com a oportunidade que me deram, ao longo do meu existir, de usufruir da amizade de um ser humano tão festivo e umedecido pelas lágrimas profundas que, tantas vezes, brotaram em teus olhos, a soluçar de teus filhos e, certamente, após, a conclusão de cada um de teus lindos poemas. Meus parabéns, minha querida amiga. Continues buscando incessantemente a verdadeira felicidade interior. Bj Itamar Dias Fernandes

  2. Obrigada meu querido amigo e pediatra dos meus filhos, Dr. Itamar Dias Fernandes.
    Gratidão por me incentivar a trilhar o caminho da poesia. Sua opinião é muito importante e especial para mim.
    Neves Azevedo

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