terça-feira, 15 de outubro de 2024

Foi assim que Imperatriz começou:

Publicado em 16 de julho de 2022, às 10:15
Rio Tocantins: por onde tudo começou... (foto: José Lobato)

(Edmilson Sanches – Escritor, palestrante, historiador, membro fundador da Academia Imperatrizense de Letras e de diversas outras agremiações literárias e culturais)

Há 173 anos, em 1849, o militar, jornalista (“pai da Imprensa Catarinense”) e engenheiro Jerônimo Francisco Coelho, conselheiro do Imperador Dom Pedro 2º e presidente da província do Grão-Pará, recebeu ordem do Império para estabelecer um presídio militar no rio Tocantins. O objetivo era o de auxiliar a navegação e as comunicações comerciais com Goiás, a província limítrofe.
Por sua conta, Jerônimo Coelho ampliou a ordem imperial e decidiu que, mais do que um presídio, deveria haver uma colônia militar e uma missão, constituindo, pois, uma povoação, que passaria a ser ponto de apoio a viajantes e “estação e ponto de partida” para explorações e obras.
No dia 26 de junho daquele ano, a expedição com 92 pessoas e 11 embarcações subiu o Tocantins. Entre os expedicionários, um tenente, um capitão, um cientista e o frei Manoel Procópio do Coração de Maria. Em tentativas diversas, pararam em diversos pontos e buscaram instalar a colônia. De alguns índios, sofreram ataques; de outros, ficaram amigos. Da natureza vieram enchentes e doenças. Estava difícil estabelecer uma colônia.
Três anos depois, em 1852, frei Manoel Procópio mais dois colonos (Juvenal Simões de Abreu e Zacarias Fernandes da Silva, e suas famílias) e quatro “praças” (guardas) estavam acampados na foz do riacho Cacau. Era o mês de julho, época das praias fluviais. Depois de procurar um local mais adequado, o frei resolveu se fixar no espaço da hoje Praça da Meteorologia Antônio Régis de Albuquerque. Uma igreja e casas rudimentares foram construídas.
Era o dia 16 de julho de 1852. Estava fundada a povoação de Santa Teresa — que acreditavam estar em terras do Pará.
O nome foi uma homenagem a Teresa d’Ávila, santa da qual o frei Manoel Procópio era devoto. Depois a povoação mudou de nome, para Imperatriz, em homenagem à mulher do imperador Dom Pedro 2º, Teresa Cristina.

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16 INFORMAÇÕES RÁPIDAS E IMPORTANTES

1 – A Imperatriz Teresa Cristina, que deu nome a Imperatriz, doou peças de pesos e medidas para nossa cidade. As peças são provavelmente os bens históricos mais representativos a que o município tem direito. Entretanto, muitas dessas peças foram doadas indevidamente a um museu de São Luís.
2 – Em 27 de agosto de 1856, Imperatriz deixou de ser apenas uma povoação e foi elevada à categoria de Vila. Quem assinou a lei foi o presidente da Assembleia Legislativa da época, Manoel Gomes da Silva Belfort, o Barão de Coroatá.
3 – Em 22 de abril de 1924, Imperatriz ganhou a condição de cidade. A lei foi assinada pelo presidente da província do Maranhão, Godofredo Viana. “Presidente da província” era o título hoje substituído por “governador do estado”.
4 – Até 1960 Imperatriz tinha menos de 6 mil habitantes. Com o início da construção da rodovia Belém—Brasília muita gente veio para cá. Pessoas de todas as regiões do Brasil e também dos diversos continentes do mundo. Em 2021, a população, segundo o IBGE, era de 259.980 habitantes.
5 – Oficialmente, o território de Imperatriz veio do município de Grajaú; Grajaú veio de Pastos Bons; e Pastos Bons veio de Caxias.
6 – Em 2002, Imperatriz esteve entre as 24 melhores cidades do Brasil para se fazer carreira profissional. A pesquisa foi feita pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a Editora Abril, de São Paulo.
7 – Imperatriz é chamada de “CIDADE ESPERANÇA” pelos evangélicos. O título foi dado em 1954 pelo pastor Luiz de França Moreira, da Assembleia de Deus.
8 – Imperatriz é chamada de “CAPITAL BRASILEIRA DA ENERGIA”, em razão da subestação da Eletronorte (Lagoa Verde), que interliga o país inteiro através da linha de transmissão Norte—Sul. O título foi dado pela própria Eletronorte, em 1997, por meio de publicidade em publicações de circulação nacional.
9 – Imperatriz é chamada de “METRÓPOLE DA INTEGRAÇÃO NACIONAL”, pela existência de vários modais (meios) de transporte no município: rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário. O título foi dado pelo ex-ministro do Planejamento e doutor em Economia Antônio Kandir, em 1999.
10 – Imperatriz é chamada de “PORTAL DA AMAZÔNIA”, por estar situada exatamente onde terminava a mata de cerrado e começava a floresta amazônica. O título foi dado pelo advogado maranhense Agostinho Soares Noleto, em 1972.
11 – Imperatriz é chamada de “CAPITAL NORTE—NORDESTE DO AUTOMOBILISMO”, por ter kartódromo e realizar vários eventos de importância regional e nacional nessa modalidade de esporte. O título vem desde 2001 e é confirmado pelo presidente da Federação Maranhense de Automobilismo, Giovanni Guerra, atualmente presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo.
12– Imperatriz é considerada “PÓLO NACIONAL DE XADREZ”, em razão de a cidade ter sido a sede da 6ª etapa do campeonato Aberto do Brasil de Xadrez. O título foi dado pelo presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, Darcy Machado Lima, em junho de 2002.
13 – Imperatriz é a CIDADE-SEDE DO MAIOR TEMPLO EVANGÉLICO DA AMÉRICA LATINA — o templo central da Assembleia de Deus, com 6 mil metros quadrados de área total. Esse reconhecimento veio do presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor José Wellington, em 1999.
14 – Imperatriz é chamada de “PRINCESA DO TOCANTINS”, por ser a principal cidade da região. O título pertencia a Carolina, que era o município mais importante até a década de 1950. Com a BR Belém—Brasília, o crescimento econômico e o título transferiram-se para cá.
15 – Imperatriz é também nome de uma das flores mais raras do Brasil. Essa flor, cujo nome científico é “Worsleya rayneri”, já foi estudada em diversos países da Europa. A flor tem outros nomes: imperatriz-do-brasil, flor-da-imperatriz, imperador e amarílis-azul, entre outros. Sua primeira descrição foi feita em 1863, na Bélgica, país para onde um cientista a tinha levado.
16 – Imperatriz também é nome da maior mariposa do mundo, cujo nome científico é “Thisanya agrippina”. Chega a medir cerca de 30 centímetros, é rara e cara, considerada por especialistas o maior inseto vivo do mundo. (EDMILSON SANCHES)

2 respostas

  1. Edmilson Sanches é mais que um escritor, conectado com sua terra e com o mundo. E sempre nos traz informações histórico-culturais que nos enchem os olhos e fazem bater mais forte nosso coração. Caxiense de nascimento, mas acho que se coração bate mais forte por Imperatriz. Parabéns, Imperatriz! Parabéns, Maranhão! Parabéns, Edmilson Sanches.

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