quarta-feira, 17 de abril de 2024

Os limites entre a inspiração e o plágio

Publicado em 20 de dezembro de 2021, às 12:00
Imagem: Freepik

Você já teve uma ideia incrível e depois descobriu que ela já existia? Se você trabalha com criatividade e nunca passou por isso, parabéns, você é 100% original. Mas, se você for como eu, que está sempre imerso em uma quantidade absurda de produtos culturais, já deve ter se deparado com uma ideia muito parecida com a sua em outro lugar. Você foi plagiado ou é o plagiador? Às vezes nenhum dos dois. Mas aí você desiste? Pelo contrário: esse é o momento decisivo de tornar a sua ideia ainda mais original.

E vamos às tretas…

Entre 1990 e 1991, Neil Gaiman lançou “Os Livros da Magia“, uma HQ que conta a história de um garoto inglês chamado Timothy Hunter, “tem tinha o potencial de se tornar o maior mago da era moderna.”* E durante a sua jornada, Tim encontra diversos personagens do universo da DC, Sandman e diversos outros. Isso faz com que Tim tenha de encarar a realidade de seus poderes, o que não será algo fácil. Isso me lembra alguém chamado Larry…Barry… como é mesmo?

O fenômeno mundial que rendeu sete livros, Harry Potter e a Pedra Filosofal foi lançado em 1995 e conta a história de Harry, um garoto inglês que em determinado momento descobre que é um bruxo e além de correr riscos de morte constantes, é mandado para Hogwarts, uma escola de bruxaria. Harry se vê diante do seu passado e com o seu futuro e o do mundo mágico em suas mãos.

É impossível não perceber as semelhanças. J.K. Rowling foi vítima de acusação de plágio, mas Neil Gaiman interveio afirmando que nada disso não se passava de um consciência, pois ele considera que ambos tiveram fortes influências de livros O Outrora e Futuro Rei de T.H. White. Mas as semelhanças se findam rapidamente e as histórias seguem rumos oposto. E se um dia isso acontecer com você, o que fazer?

1. Consuma o produto (livro/filme…) que tem a mesma ideia que a sua

Nesta etapa, meu conselho é que você se debruce sobre aquele produto e não o encare de forma simples, mas o “estude”, tenha um olhar mais crítico sobre a obra.

2. As premissas podem ser iguais, mas sempre tem como mudar.

Depois da primeira etapa, analise os pontos fracos da obra. Existem furos no enredo? Os personagens são bem construídos? E o universo, é coerente? Encontre um ponto de divergência entre as obras e trabalhe estes pontos.

3. Mude o que for preciso e busque a originalidade

Aqui você deve começar o trabalho pesado. A obra que você analisou, é contada em primeira pessoa? Escreva sua na terceira. Se passa na China? Escreva a sua no Japão. O personagem da obra analisada usa óculos? No seu livro ponha seu protagonista com lentes de contato, tampa olho, óculos remendado… Enfim, as possiblidades são infinitas! Seja autêntico.

E por fim, deixe sua história/ideia amadurecer e ganhar corpo. As melhores ideias vem com muita leitura e pesquisa, mas com o descanso também. Não desista só porque alguém fez algo “parecido”. Sua história pode ter tanto potencial quanto qualquer outra. Não faça as coisas se der certo, mas ATÉ dar certo.

*Trecho do livro: Príncipe de Histórias: Os Vários Mundos de Neil Gaiman (Geração Editorial, 2011).

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