quinta-feira, 28 de março de 2024

Os cuidados com a saúde mental para além do Setembro Amarelo

Publicado em 30 de setembro de 2021, às 12:59
Fonte: Redação – Hérika de Almeida

Durante todo o mês várias atividades foram desenvolvidas para enfatizar a campanha Setembro Amarelo, uma ação criada no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).  O intuito da campanha é conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio, considerando que se trata de um grave problema de saúde pública.

No último domingo (26), em Imperatriz, foi realizada a segunda edição do passeio ciclístico “Pedal Amarelo”, promovido por um shopping da cidade em parceria com a Rede de Saúde Mental do município. Em média, 200 ciclistas participaram pedalando. Além de fomentar a prática esportiva, o intuito do evento consistia em alertar a comunidade sobre a preservação da saúde mental, enfatizando a importância do diagnóstico precoce. Durante todo o mês, escolas, empresas e instituições de ensino superior desenvolveram várias atividades para enfatizar a campanha.

Ao contrário do que se imagina, buscar atendimento psicológico não é algo exclusivo para quem possui traços de doença mental. Por essa razão, a psicóloga Kíria Karine Lins Martins Ribeiro explica que esse pensamento é ultrapassado. “Os profissionais de psicologia trabalham com as questões mentais e historicamente se formou um estigma que os loucos era quem tinham problemas dessa natureza. Hoje já compreendemos melhor essas questões respeitando e buscando romper com o preconceito em relação às pessoas que apresentam transtornos mentais, valorizando a necessidade de seu tratamento e acolhimento dessas pessoas na sociedade, assim como buscamos explicar melhor que o psicólogo lida com o bem-estar emocional, envolvendo experiências de vida agradáveis e desagradáveis, ou seja, sua atuação não está circunscrita às pessoas com transtornos, mas a todos que desejam autoconhecimento e mudança”, enfatizou.

Kíria Ribeiro também destacou as diferenças de atuação profissional entre psicólogos e psiquiatras. “Ambos trabalham com a mente humana e seus transtornos, no entanto, são profissionais com formação e metodologias de intervenção diferentes. O psiquiatra é um médico especialista e que, por sua formação, podem prescrever tratamentos medicamentosos. Já as/os psicólogas/os possuem formação em Psicologia, atuam na saúde e em outras áreas que estejam relacionadas ao comportamento humano e sua interação com o ambiente físico e social e suas intervenções utilizam métodos específicos com observação e escuta qualificada, mas não podem prescrever medicações”, detalhou.

IMPORTÂNCIA DA CAMPANHA

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa é vítima de suicídio em algum lugar. Isso representa mais de 800 mil vidas interrompidas de forma trágica. Apesar das causas do suicídio serem variadas, especialistas apontam indícios de transtornos mentais na maior parte das vítimas. Entre os principais transtornos observados, destacam-se a depressão, dependência química e esquizofrenia.

Entretanto, não é possível afirmar que todas as pessoas que recorrem ao suicídio apresentam algum transtorno. Afinal, essa prática pode acontecer de maneira impulsiva em razão de situações impactantes e/ou inesperadas, tais como: términos de relacionamentos, enfermidades, perda de pessoas queridas, abusos, desemprego, desentendimento familiar, crises financeiras, preconceito social ou racial etc.

É imprescindível destacar que o suicídio é uma realidade e pode afetar pessoas do nosso convívio. Por essa razão, é fundamental discutir sobre a problemática. Vale lembrar que as ocorrências de suicídio podem ser evitadas a partir do conhecimento sobre os sintomas, causas e formas de prevenção. 

COMO AJUDAR

Uma forma simples e prática de contribuir com a prevenção ao suicídio é perceber os sinais de alerta que a vítima emite. Por exemplo, a falta de interesse por atividades que antes desempenhava com prazer, baixa produtividade na escola ou no trabalho, isolamento ou distanciamento de familiares e amigos, descuido com a aparência, pouca importância com atividades do cotidiano e afirmações relacionadas à morte, são sinais evidentes de que essa pessoa está precisando de ajuda. 

O primeiro passo é conversar com a pessoa, deixando-a vontade para falar. Nesse momento é fundamental não emitir julgamentos ou opiniões sobre o assunto. E orientar a busca por atendimento especializado de um profissional da área.

De acordo com a coordenadora geral da Rede de Saúde Mental em Imperatriz, Kátia Oliveira Carvalho, o uso de substâncias químicas podem potencializar os sintomas. “Os casos são considerados graves quando a pessoa apresenta delírios, alucinações e até tentativa de suicídio. Nesse caso, o paciente deve ser levado ao CAPs-III. Como o próprio nome sugere, o CAPS Álcool e outras drogas, CAPS AD, é o local que recebe paciente que sofre com algum problema relacionado ao uso de substância química. Funcionam em regime de plantão 24h e pode fazer também internação. Temos também em Imperatriz o Caps infanto-juvenil que atende crianças com transtornos mentais leve e moderado”, declarou.

VOCÊ SABIA?

No Brasil existe uma instituição sem fins lucrativos que oferece apoio emocional e atua na prevenção ao suicídio. É o Centro de Valorização da Vida. Caso precise conversar, basta ligar para 188 ou acessar o chat através do site da CVV. Os dois canais de atendimento funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana.

PONTOS DE APOIO

Em Imperatriz-MA, as pessoas que apresentam depressão, ansiedade e insônia em nível leve, podem conseguir ajuda através da Rede de Saúde Mental do município, de segunda a sexta-feira. Os endereços são os seguintes:

  • Ambulatório de Saúde Mental de Imperatriz
    Rua Amazonas, 520 – Centro (próximo ao Hospital Municipal / Socorrão)
    Horário: 07h às 17h
  • Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil
    Rua Itamar Guará, 2223 – Três Poderes
    Horário: 08h às 18h
  • Centro Atenção Psicossocial – CAPS AD III – Álcool e Drogas
    Rua Projetada B, Complexo de Saúde – Parque Anhanguera
    Horário de Atendimento – 24h
  • Centro de Atenção Psicossocial – CAPS III – Renascer
    Rua Projetada B, Complexo de Saúde – Parque Anhanguera
    Horário de Atendimento – 24h

Outra forma de cuidar da saúde mental é por meio do atendimento comunitário oferecido nas instituições de Ensino Superior:

  • Clínica Escola de Saúde e Bem Estar – Universidade Ceuma
    Rua Barão do Rio Branco, 100 – Maranhão Novo (ao lado do prédio principal da universidade). A clínica funciona mediante agendamento e os atendimentos à comunidade são inteiramente gratuitos. Os agendamentos são realizados de segunda a sexta-feira das 8h às 21h.
    Telefone: (99) 3524 .3164
  • Clínica Escola de Psicologia  – Unisulma
    Rua São Pedro, 11 – Jardim Cristo Rei. Atende crianças, adolescentes, adultos e idosos. Os agendamentos acontecem de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 22h. O atendimento possui um preço simbólico de R$10 por sessão ou R$ 30 por mês.
    Telefones: (99) 2101.0205 / (99) 99198.7769 – whatsapp.

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