sexta-feira, 29 de março de 2024

Canal Luna Solis 01: A Construção de Personagens Anti-heróis

Publicado em 30 de junho de 2021, às 15:18
Imagem: Roman-Huxley-Fanart-Pinterest

É fato que muitas vezes o vilão chama mais a atenção do público do que os ditos “heróis”, isso porque eles quebram a monotonia da cena. Mas se tem um personagem que consegue cativar mais que o vilão e “roubar a cena”, esse é o anti-herói.

Os anti-heróis podem ser vistos como personagens que se tornaram “heróis” por motivos de vingança, egoísmo, em prol de seus próprios interesses, às vezes, visando fortuna e recompensas, o pote de ouro depois do arco-íris. São heróis com virtudes um pouco deturpadas, e, às vezes, sem escrúpulos, tendo como ideal de que “os meios justificam os fins”.

Capitão Jack Sparrow, da franquia “Piratas do Caribe”, é a síntese de um bom anti-herói: pirata, mal-intencionado, egoísta e que sempre visa o baú de tesouro no final da jornada e que, às vezes, demonstra alguma lealdade. Mas que se derem escolha, sempre escolherá salvar a própria pele.

 Outro personagem controverso é Severo Snape da “Saga Harry Potter”, passamos seis livros inteiros odiando o personagem para no final passarmos a amá-lo. Todo ódio e rancor pelo protagonista são enfim explicados e ele passa de professor ranzinza à herói. Sendo retratado mais tarde pelo próprio Harry como “o homem mais corajoso que já conheci”, tendo inclusive dado seu nome ao seu filho do meio: Alvo Severo Potter.

Na série “The Vampire Diaries”, Damon Salvatore rouba a cena. No começo um vilão, mas que com o prosseguir da série tem lá seus momentos de nobreza. Mas é aí que vem a ressalva: Damon só demonstra bondade, misericórdia e nobreza em prol de seu amor por Elena, e só. É um personagem que na maioria das vezes não demonstra remorso e que age com uma frieza calculada, sempre irônico e arrogante. Para combater um vilão não tem problemas em quantas vítimas fará no processo para derrotar seu inimigo.

Falando em “The Vampire Diaries”, o que dizer de Klaus Mikaelson? Feito primeiramente um vilão, o personagem deveria ter morrido no final da Terceira Temporada como o planejado. Mas, o antagonista de tão carismático passou a ser um dos personagens mais amados de TVD e ganhou seu próprio spin-off: “The Originals”. Aqui o vemos retratado como um perfeito anti-herói, tentando reconquistar Nova Orleans ele combate o “vilão” – que, na verdade, se parece muito com um dos mocinhos, Marcel Gerard. Com ajuda dos irmãos Rebekah e Elijah, ele luta com Marcel através de meios nada nobres, tudo em prol do pote de ouro depois do arco-íris – leia-se: Nova Orleans. Na Segunda Temporada de “The Originals”, ele luta contra os verdadeiros vilões, que pasmem, são sua própria família: mãe, pai, tia e os irmãos Kol e Finn.

Em “Não Pare”, da autora brasileira FML Pepper, temos o personagem Richard de Thron, que é a personificação da própria Morte. Por essência, ele já pode ser enquadrado como o vilão da história, mas a reviravolta acontece quando ele se apaixona pela mocinha Nina, que é a sua vítima. Richard tem um temperamento bem difícil, é muito impulsivo e impaciente, e tende a tomar as decisões mais fáceis, principalmente quando se trata de proteger sua amada. Em relação à sua dose de humanidade, embora Richard não sinta remorso em suas atitudes, graças à sua natureza como a própria Morte, sua humanidade é trabalhada ao longo da trilogia enquanto aprende a amar.

Os anti-heróis são personagens que não possuem as virtudes inerentes a um herói. São muitas vezes retratados como irônicos, sarcásticos, frios, ranzinzas, arrogantes e em alguns casos charmosos e carismáticos. Em livros, filmes e séries televisivas é comum ver esses personagens “roubarem a cena”, seja para odiá-los ou amá-los. Isso acontece, pois quando aparecem eles quebram a monotonia da cena, chega o momento em que torcemos para que ele tome uma atitude que o herói hesita em agir. Gostamos quando eles agem por impulso ou soltam uma frase de efeito bem bolada. Como diria Damon Salvatore: “Se é pra ser mal, tem que ser por um bom motivo. Ou então, você não merece ser perdoado”.

Os anti-heróis em “A Piromante de Lumiére”:

Por: Laura Zacca

  • História: A Piromante de Lumiére.
  • A Protagonista: Kimberly Cassidy (uma mestiça de fênix e humana).
  • Personagens discutidos: Lorde Hades (o Deus dos Mortos); Demétrius Argent (o espião de Hades e pretenso par romântico da heroína).

Ao ler minha história “A Piromante de Lumiére” você pode achar que vilões, heróis e anti-heróis já estão pré-definidos, mas ao desenrolar da trama se percebe que não é bem assim. Em “A Piromante de Lumiére”, a protagonista Kimberly Cassidy é uma mestiça de fênix e humana que está sendo caçada por Legionários que foram contratados por Lorde Hades, com o desenrolar da trama descobre-se também que Demétrius Argent, o pretenso “amor verdadeiro” de Kim é mais um dos infiltrados que trabalham para o Deus dos Mortos.

Enquanto, Lorde Hades, é visto a princípio como vilão da trama, pois é graças à ele que a mocinha do livro, a fênix Kimberly Cassidy, se vê em apuros e cercada por todos os lados de peões estrategicamente posicionados por Hades para levá-la a uma armadilha que a aprisionará para sempre, o encantador Demétrius Argent começa o enredo no que parece ser o papel de um anti-herói, pois embora trabalhando para Hades, ele se apaixona pela mocinha e para protegê-la ele para de seguir as ordens de seu mestre. Tudo parece estabelecido, não é? Mas nem tudo é o que parece…

Lorde Hades, que achamos ser o vilão do livro, e não sem motivos, pode ser visto muito mais como um “anti-herói” do que propriamente o vilão. Isso porque suas atitudes se aproximam muito mais dos ideais de um “anti-herói”: um personagem movido por um propósito de “Bem Maior” que não vê problemas em atitudes pouco nobres desde que o resultado o leve até onde ele quer, com o ideal de que “os fins justificam os meios”, visando o pote de ouro depois do arco-íris. O Deus dos Mortos, viu em uma profecia que Kimberly, a heroína, seria a responsável pelo Equilíbrio da Vida e da Morte e que ao torná-la um membro do Submundo acarretará em um futuro de dádivas para seu reino e os demais mundos. Um motivo nobre que resultará em uma coisa boa para o Mundo dos Vivos e dos Mortos, porém ele não vê problemas em “aprisionar, forçar e manipular pessoas” para ter o que deseja.

Demétrius Argent, por outro lado, parece muito com o “anti-herói que se apaixona pela mocinha e se torna bom em nome do amor”, mas logo percebemos que ele parece muito mais com o vilão… Para começar, ele é o responsável por matar os pais da mocinha, e o faz sem nenhum remorso embora isso não fizesse parte da missão dada à ele por Hades. Quando Kimberly descobre seu segredo, ao invés de pedir perdão ele a mata planejando manipulá-la em sua nova vida, enganando Kim e a fazendo se apaixonar por ele, pouco se importando com os planos imediatos de Hades em possuir a alma de Kim. Se pensarmos bem, são as ações dele e não de Hades que verdadeiramente fazem Kim sofrer: foi pelas mãos dele que Kim perdeu os pais e virou imortal (que era o maior medo dela), e é ele quem está brincando com as emoções da mocinha.

Quer saber mais sobre “A Piromante de Lumiére”? O link da história está logo abaixo:

https://www.spiritfanfiction.com/historia/a-piromante-de-lumiere-5829691

O anti-herói em “Território de Fúria”:

Por: Artemisa Lopes

  • História: “Território de Fúria”.
  • A protagonista: Valerie Arsen.
  • Personagem anti-herói: Roman Huxley.

Território de Fúria” se passa em um mundo onde por natureza algumas pessoas usam máscaras. A protagonista Valerie vive uma vida dupla entre seguir as regras e tentar sobreviver. Depois que o pai a abandonou, ela vive com a mãe e trabalha como bartender à noite,  sendo contrabandista nas horas vagas. Ela sempre detestou os mentalistas, pessoas com poderes psíquicos que são capazes de mexer com a mais forte das mentes.

Tudo muda quando ela se torna testemunha do um assassinato de um deles e ela acaba sendo obrigada a entrar nesse mundo. E é aí que entra o personagem Roman Huxley. A notícia de um assassino à solta não demora a abalar todo mundo. O primeiro contato entre a protagonista e nosso anti-herói acontece quando ela é interrogada pela primeira vez após testemunhar o crime. Roman é herdeiro de um dos clãs mais poderosos de mentalistas. Ele tem poderes únicos e é um dos mais fortes do seu tipo. Essas características logo lhe conferem uma personalidade bastante sarcástica e extrovertida e, embora vejamos o personagem pelos olhos da protagonista, com tempo pode-se observar que esses traços funcionam apenas como uma máscara para o personagem.

Uma das características de anti-herói que podem ser observadas em Roman, é a sua dose de humanidade. Muito do comportamento e das atitudes de Roman, antes de seu processo de evolução e redenção, vem de suas decisões. Ele sempre tende a seguir pelo caminho que lhe dê menos trabalho, ao mesmo tempo que percebe que algumas delas não deram muito certo. Principalmente por causa de sua rixa com o personagem Cade, que traz a tona comportamentos impulsivos no personagem e que levantam dúvidas sobre de qual lado Roman está, questões que são explicadas no desenrolar da trama.

Por outro lado, Roman prefere manter sua máscara principalmente em nome de seu clã, o qual ele está constantemente tentando agradar, principalmente seu pai. Ele só começa a questionar suas atitudes e sua visão de mundo ao se apaixonar por Valerie. Sendo um anti-herói, Roman consegue se conectar com o leitor por passar uma das principais essências do arquétipo: a de se parecer muito com qualquer um de nós, tendo falhas e tomando decisões erradas.

Quer saber mais sobre “Território de Fúria”? O link da história está logo abaixo:

https://www.wattpad.com/myworks/275497497-territ%C3%B3rio-de-f%C3%BAria

7 Dicas para construir um personagem anti-herói:

  • Um bom anti-herói precisa ter bons motivos para ser “mal”, algo que o faça merecer a redenção.
  • Anti-heróis são motivados pela autopreservação e pelo interesse próprio, e não costumam demonstrar remorso, sendo geralmente muito impulsivos.
  • O anti-herói precisa ser carismático, precisa prender a atenção do público quando entra em cena. São personagens cheios de contradição e que costumam jogar dos dois lados.
  • O que os motiva pode variar de vingança à honra e tendem sempre pegar o caminho mais fácil.
  • Os anti-heróis, não por via de regra, precisam se apaixonar pela mocinha, muito menos duelar pelo coração da moça, embora isso frequentemente aconteça.
  • Lembre-se que o anti-herói também tem sua dose de humanidade. Tem suas falhas e virtudes. Toma decisões certas e erradas.
  • As frases de efeito sempre ficam melhores na voz do anti-herói, principalmente se for um personagem sarcástico.

Quem somos?

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Laura Zacca: Jornalista formada pela UFMA, apresentadora, roteirista e editora do Canal Luna Solis, e escritora da história “A Piromante de Lumiére”.

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Instagram pessoal: @laura_zacca95 ; Twitter: @laura_zacca

Instagram literário: @apiromante_lumiere ; Twitter: @CassidyIvy

Artemisa Lopes: Jornalista formada pela UFMA, apresentadora, roteirista e editora do Canal Luna Solis, e escritora da história “Território de Fúria”.

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