Região Tocantina – Como se deu sua entrada na AIL?
TN – Eleito em 23 de setembro de 2010, a minha posse deu-se em 26 de novembro do mesmo ano. A concorrência foi grande. Onze candidatos. A minha eleição foi, para mim, uma surpresa, pois eu não tinha expectativa de ser o escolhido para ocupar a cadeira número onze da AIL, fundada pelo respeitável e querido Jurivê de Macedo, o neto Iaiá, justamente considerado “O Papa do Jornalismo regional”.
RT – O que a AIL representa para você?
TN – Motivação, prazer, crescimento e autoestima, no plano pessoal. No ponto de vista comunitário, entendo a AIL como o marco divisor de conceito, vivência, e maior referência da história cultural de Imperatriz.
RT – Que balanço você faz desses 30 anos de atividade da AIL?
TN – Fundada em 27 de abril de 1991, sob a liderança do seu principal mentor, Edmilson Sanches, a AIL, ao longo de três décadas, é motivo de orgulho, não apenas para os seus membros, mas também para a sociedade imperatrizense, pelo fomento à cultura literária, com positiva interação com o público, especialmente com discentes e docentes do ensino fundamental e universitário, entre outras virtuosas ações.
RT – Qual é o papel da AIL no cenário da cultura de Imperatriz e região?
TN – O papel da AIL vai além das quatro paredes do Paço da Cultura Sálvio Dino e da individualidade dos seus membros, que têm conhecimento da responsabilidade sociocultural da instituição, que abraça fraternalmente os demais segmentos da cultura.
RT – Como é o processo de ingresso na AIL?
TN – A Academia Imperatrizense de Letras, estatutariamente, é composta por quarenta membros efetivos e vinte sócios correspondentes. O processo de recepção de novo membro efetivo, de acordo com os ditames do estatuto, somente acontece quando o ocupante de uma cadeira falece ou desiste tacitamente. Quando isso acontece, a diretoria, após a declaração de vacância da cadeira, publica edital de abertura das inscrições dos escritores regionais para a eleição que definirá a escolha do novo membro.
RT – Você foi, recentemente, reeleito para mais um mandato [o terceiro] à frente da AIL. Que balanço você faz das suas duas gestões anteriores e que planos tem para esta?
TN – Eu e os meus pares de diretoria não realizamos tudo que sempre esteve em nossos projetos administrativos. Entretanto, mantivemos a harmonia do Sodalício e os projetos já consolidados anteriormente, a exemplo do SALIMP, que seguiu crescendo e destacando-se como um dos maiores eventos literários do Norte e do Nordeste do Brasil. Intensificamos o intercâmbio com as escolas públicas e privadas, assim como com as universidades. Incluímos em nossos eventos as mais diversas atividades culturais de nossa cidade, a partir do folclore, da música, das artes plásticas, do artesanato, etc. Resultado do trabalho da nossa diretoria e das diretorias anteriores, o SALIMP, através de proposição parlamentar do deputado estadual Marco Aurélio, foi reconhecido pelo governo estadual como Patrimônio Cultural e Imaterial do Maranhão. Entre outras conquistas, fomos agraciados pelo governo estadual, via secretaria da cultura, com ampla restauração do prédio PAÇO DA CULTURA SÁLVIO DINO, incluindo móveis e utensílios. Nesse terceiro mandato pretendemos enfatizar, tematicamente, as nossas reuniões ordinárias; contribuir ainda mais no fomento e incentivo à produção literária dos autores locais e regionais; realizar, sistematicamente, no auditório Vito Milesi, palestras e minicursos de variados temas voltados à ampliação de conhecimento construtivo. Está em andamento o projeto da digitalização do acervo histórico do jornal O Progresso que, graças à boa vontade e a confiança dos seus diretores, encontra-se sob a nossa guarda. Criaremos, também, o Café com Letras (que funcionará nos dias e horários do funcionamento da Academia). Pós-pandemia covid-19, retornaremos ao nosso intercâmbio presencial com as escolas e universidades e, sempre que possível, faremos visitas itinerantes aos municípios da Região Tocantina, levando a nossa mensagem cultural. Embasados na experiência do I SALIMP ONLINE, a realizar-se nos próximos dias 03, 04 e 05 do mês de junho, estamos estudando a possibilidade de realizarmos o grande evento, anualmente, de forma híbrida, ou seja: presencial e virtualmente.
RT – A produção literária de Imperatriz é substancial?
TN – A dedicação de Adalberto Franklin, como editor, significa o marco que definiu e colocou Imperatriz no ranking da produção literária como um destaque no Maranhão. A AIL, claro, é hoje uma autêntica referência e fonte de inspiração para os nossos autores, quer sejam membros da instituição, ou não. Entretanto, precisamos criar meios que fortaleçam o reconhecimento público dos nossos autores, fomentando e dando mais qualidade à editoração de livros e a utilização da nossa literatura nas escolas públicas e privadas, com abrangência local e regional, no mínimo. Para tanto, estamos em fase de criação de um site que nos ajudará a mostrar a Academia, por dentro e por fora, facilitando o intercâmbio com todos os interessados em conhecer a instituição, o seu trabalho rotineiro e, de forma especial, o perfil e o conteúdo literário dos seus componentes. Para executarmos todo esse conjunto de ações, criamos duas Comissões Especiais, de Cultura e Comunicação.
RT – Além do Salimp, que outras ações a AIL realiza?
TN – Creio esse questionamento foi respondido nas respostas aos quesitos anteriores.
RT – A AIL está de prédio reformado?
TN – Sim. Há muito se fazia necessária a reforma, dessa feita realizada pelo governo estadual, via secretaria de cultura. Além da beleza, o prédio, que agora, através de decreto municipal, é denominado PAÇO DA CULTURA SÁLVIO DINO, tornou-se mais funcional e adequado ao labor da nossa dinâmica Academia Imperatrizense de Letras.
RT – Para você, qual a importância da literatura para o ser humano?
TN – A literatura, em todas a suas vertentes, é fundamental e indispensável, tanto pelo prazer de ler e escrever, quanto na absorção de eclético, universal e necessário conhecimento.
[Publicação simultânea com o Jornal O Progresso]