Marcos Fábio Belo Matos – professor, jornalista, escritor, vice-reitor e diretor de comunicação da UFMA
Quando o professor Natalino Salgado assumiu, em novembro de 2019, sua terceira gestão à frente da reitoria da UFMA, ele pediu aos integrantes da sua administração que assumissem o compromisso de tornar, ao fim da gestão, a universidade maior do que ele a recebeu: mais inclusiva, mais internacional, mais tecnológica, mais empreendedora, mais transparente, mais extensionista, mais integrada (multicampi), com maiores e melhores índices no ensino e na pesquisa. Mais outros tantos aspectos.
Isso parece um truísmo, mas infelizmente não é: há gestões que findam e entregam a instituição menor do que a receberam.
E, com este compromisso, começamos a trabalhar.
A pandemia nos pegou no aquecimento das turbinas. E nos obrigou a redirecionar uma enormidade de processos, para não sucumbir ao caos. A UFMA foi uma das primeiras universidades brasileiras a enxergar, lá em março, a gravidade do problema, a suspender suas atividades, acadêmicas e administrativas, e a buscar uma solução gerencial, que veio na forma do ensino e do trabalho remotos.
Uma a uma, as 69 universidades federais foram fazendo o mesmo.
E nos isolamos em casa, assim como o resto do país. E, das casas, tocamos um semestre letivo experimental-especial, depois um semestre letivo normal. Superamos um grande desafio, que era a parcela da comunidade discente sem conectividade, com a aquisição e empréstimo de tablets e a distribuição de chips com pacotes de dados (esta uma ação do MEC para todas as IFES do país, via RNP). E ainda nos reestruturamos para oferecer ao quadro docente treinamento (com o portal EAD Para Você) para o desafio de um ensino não presencial, culturalmente distinto do que estávamos acostumados a desenvolver.
Em todo este ano tão atípico, a UFMA não parou um único dia nem deixou de atuar, nas condições que tinha, em todas as frentes da sua identidade institucional. Agiu na extensão, no ensino de graduação e pós-graduação, na pesquisa e na assistência estudantil. Cuidou dos processos administrativos da gestão e da atenção aos servidores e terceirizados. Transformou o Hospital Universitário na maior referência, quantitativa e qualitativamente, de enfrentamento à Covid-19.
Nosso reitor, mesmo de casa, usando dos aparatos tecnológicos dispostos para tal, foi em busca de recursos para os desafios da ampliação estrutural da universidade. E tivemos o reinício das obras da biblioteca central; várias ações de infraestrutura em todos os câmpus do interior; a reestruturação da Biblioteca do CCSSO; a ampliação do acervo bibliográfico físico, com distribuição de livros para as bibliotecas do interior; a implantação de energia fotovoltaica na capital e no interior; a retomada das obras dos prédios do Curso de Medicina de Imperatriz; e, neste finzinho de ano, o anúncio da licitação para a construção do prédio da Unidade Centro em Imperatriz, que vai trazer de volta diversas turmas que estavam tendo aulas fora da sua sede, além de ampliar salas de aula, salas de professores, laboratórios e dependências administrativas para os cursos de graduação e pós-graduação do CCSST. Uma conquista reivindicada e esperada por tanto tempo…
A pandemia, com seus desafios de interação a distância, acabou por auxiliar a UFMA a construir uma integração, real e efetiva, com os 8 câmpus que estão fora da capital. Durante todo o ano, foram feitas diversas reuniões, ora menores ora com todos os diretores, para discutir problemas e achar, coletivamente, as devidas soluções. Também foram realizadas muitas colações de grau virtuais, em que a gestão superior pôde estar nos interiores em que tem sede, ou mesmo naqueles em que mantém apenas programas especiais (como Parfor). A gestão da UFMA esteve onde a sua comunidade está.
Essa ação de buscar aproximação se refletiu na dinâmica da comunicação social que a UFMA empreendeu em 2020.
Repensamos as nossas redes sociais, tornando-as mais pró-ativas e interativas, e com isso, por exemplo, conseguimos perto de 40 mil novos seguidores no Instagram – hoje nossa principal plataforma de contato com a comunidade discente. Fizemos, em todos os núcleos da Diretoria de Comunicação, e ainda na TV UFMA e Rádio Universidade, o esforço de comunicar para a nossa comunidade (interna e externa) o que de melhor conseguimos fazer.
Saímos de 2020 com a ferida das nossas perdas – perdemos pessoas das nossas famílias, perdemos servidores dedicados, perdemos o calor dos contatos presenciais, perdemos a alegria dos encontros – mas também com a certeza de que nossos desafios só nos tornam grandes. Coletivamente, o esforço de cada servidor (seja técnico ou docente, funcionário público ou terceirizado) fez com que a universidade conseguisse chegar ao fim do ano com a sensação de que, dentro das condições possíveis, muito fez para não parar, para encontrar alternativas em todas as suas áreas de atuação, para responder às demandas apresentadas. E para, principalmente, cumprir com a sua função primordial: ser instrumento de serviço e desenvolvimento da sociedade.
Que 2021 nos encontre com novos ânimos para novas lutas. E novas vitórias!
Uma resposta
APOSENTADO, mas nem tanto assim… também participou
No mínimo (…) mantendo-se em plantão/atenção docente e em SOLIDARIEDADE, pessoal e institucional
Até mesmo ousando propostas para a CASA, mesmo que singelas, mas dedicada e compromissadas