sexta-feira, 29 de março de 2024

O Jogo!

Publicado em 8 de dezembro de 2020, às 17:53
Foto: Gustavo Staphan

Axel Britto – produtor cultural

Jogamos por uma bola na vida e, tal qual como no futebol, a sorte também conta, o inesperado e o inexplicável acontece quando jogamos contra adversários acomodados em suas superioridades, confiantes demais em suas competências e, diante de  detalhes nos jogos épicos da vida na companhia de experiências em vitórias consagradoras e derrotas deprimentes , sobrevivemos com a esperança dos pequenos a jogar por uma bola diante dos grandes .

 Jogando por uma bola, Seu Francisco, pai da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, em um tempo pré-internet, reuniu o dinheiro que tinha e comprou fichas telefônicas, pedindo para que todos os conhecidos ligassem para a rádio local, pedindo pela música ” É o Amor”, que vendeu 1 milhão de cópias e se transformou em sucesso estrondoso, colocando  a dupla no topo do sertanejo, levando o sertanejo romântico para os ambientes urbanos e das grandes cidades.

Jogando por uma bola, Bezerra da Silva era a voz das favelas e o grito dos oprimidos e desfavorecidos, retratando, cantando sempre a dura realidade dos pobres no Brasil com seu toque de ironia. Colocou  todo mundo atrás, na defesa e aguentando  a pressão adversária, segurou o adversário e jogou , Bezerra da Silva cantou como o samba é capaz de salvar as pessoas : “E se não fosse o samba, quem sabe hoje em dia eu seria do bicho? Não deixou a elite me fazer marginal e também em seguida me jogar no lixo, a minha babilaque era um lápis e papel no bolso da jaqueta, uma touca de meia na minha cabeça, uma fita cassete gravada na mão”.

Jogando por uma bola, a gestora cultural Ana Luiza Pradella idealiza o movimento nacional “Sou 1 de 11 milhões ” de trabalhadores da Cultura, onde nos detalhes com uma beleza fabulosa, a de não jogar de salto alto, objetiva reestruturar o setor cultural nacionalmente.

Jogando por uma bola, o ator e diretor teatral Fabio Assunção recomeça o roteiro premiado do seu filme mais importante, a própria vida. Renunciando ao que não é preciso, atrás da bola que vai longe, de exercícios físicos ao pensamento e a não se distrair com o incentivo da grande torcida, carregando bandeiras essenciais, Fabio Assunção aprende a separar o lixo e a saborear as coisas maravilhosas que o mundo tem, como a arte, dentro de um tempo contínuo, de construção, na consciência de seu papel transformador, em seu ofício belo, e a jogar pela bola da criação de algo que envolva saúde e qualidade de vida, que misture saúde emocional e física. 

Jogando por uma bola e a utilizar a tática de time pequeno, entre aspas, que joga contra o grande líder, abre aspas, do campeonato, o poeta Allan Dias Castro poetisa: “Somos uma árvore que se alimenta do próprio fruto, onde também somos responsável pela sombra que reflete, diante da luz do outro”, e, assim, empreende o poeta ao ciclo de só receber, o que dar para ele, o que é bom para ele, na bola de não encarar o jogo de igual para igual, quando alguém expõe raiva, e a não guardar algo do outro em si, quando o ofendem por exemplo, com os desaforos dos outros, mesmo sendo algo difícil de engolir, com eles ficando, sendo deles e pra sua casa não levando, e assim ao recusar uma goleada, um 7 x 1,  a valentia se torna questão de inteligência, pois enquanto o valente se debate, ensinamos paciência, pois aquele que joga pedra está tentando agredir pra dividir a ferida que carrega e ao dispormos desse entendimento, devolvemos a bola, não na mesma moeda, pois sabemos o nosso valor.    

Jogando por uma bola, o indomável  Maradona, o mais humano dos deuses como definiu o escritor Eduardo Galeano, disparou de seu campo, correu 55 metros em 7 segundos a uma velocidade média de incríveis 29 Km/h, conduzindo-a e driblando seis ingleses com exímia habilidade e velocidade, gerando um dos gols mais bonitos de todas as copas.

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