quinta-feira, 28 de março de 2024

Ler é fazer parte

Publicado em 30 de outubro de 2020, às 9:30
Imagem: Facebook

João Marcos – estudante de Jornalismo e escritor.

Você já se perguntou: Por que eu gosto de ler? Se não, esse é um bom momento para isso. As histórias que tornam os livros tão fascinantes, nos levam a ter experiências que talvez nunca teríamos na vida. Hoje é comemorado o Dia Nacional do Livro (29 de outubro) e quero instigar a seguinte reflexão: O que leva você abrir um livro?

A resposta para essa pergunta, por mais simples que seja, é complexa. O natural é compreender que todos nós estamos inseridos em uma cultura familiar e social completamente distintas. Isso se aplica até a irmãos gêmeos univitelinos: cada um deles vai ter uma experiência diferente com mundo, um olhar distinto e até opiniões complemente divergentes em determinados assuntos.

Deste modo, parto do princípio de que cada ser humano é um universo particular, como peças únicas de um jogo, insubstituíveis. Mas ao mesmo tempo compartilho da abordagem de Carl Jung sobre os arquétipos, que nada mais são do que doze representações universais presentes no inconsciente coletivo de todos os seres humanos da Terra. Nelas, podemos manifestar aspectos do inocente, órfão, herói, cuidador, explorador, sábio, amante… e por aí vai (vale sim uma leitura aprofundada sobre), mostrando assim a complexidade da psique humana quando se trata de sentimentos, ações e escolhas que fazemos todos os dias.

Contraditório dizer que somos diferentes e com uma consciência compartilhada? Aparentemente sim, mas não. Esses padrões defendidos por ele somente mostram o quanto a nossa mente está ligada na fantasia, na fuga da realidade, no contar histórias. Quando abrimos um livro para ler a jornada de um personagem, procuramos nele algo que fale diretamente com aquilo que passamos e sentimos, como se alguma forma também fizéssemos parte daquela história. Uma frase presente no livro Deuses Americanos (2001), de Neil Gaiman, põe em palavras o que sentimos na experiência da leitura:

“A ficção permite que nos esgueiremos para dentro dessas outras cabeças, desses outros lugares, e olhemos por outros olhos. E então, na história, paramos antes de morrer, ou morremos ilesos na pele de terceiros, e no mundo além da história viramos a página ou fechamos o livro e continuamos com nossas vidas.”

Ou seja, por que abrimos um livro para ler? Porque somos contadores de história, fazemos parte de uma comunidade conectada, com humanos únicos, que em cada jornada individual procuram o sentido para o porquê de estarem existindo. Quando lemos, fazemos da vida dos personagens a nossa vida, de sua história, a nossa história. Acho que a palavra que me encaixa e que descreve bem esse sentimento é empatia. Os livros nos ensinam a sermos seres humanos dotados de humanidade, de consciência e de o sentimento de coletividade.

Então, finalizo este texto usando uma frase de Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros.”

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