terça-feira, 16 de abril de 2024

Nossa História – O desenvolvimento urbano de Imperatriz

Publicado em 5 de setembro de 2020, às 17:11

Agostinho Noleto – Advogado, educador, escritor e membro da Academia Imperatrizense de Letras.

Foto: site do IBGE.

Esta é uma coluna dedicada, como o título antecipa, a comentários sobre aspectos históricos de nossa cidade e, dentre tantos, sobre o desenvolvimento extraordinário da grande metrópole que se tornou Imperatriz.

Como registram os diversos livros de história, Imperatriz tem um marco divisório que separa a antiga cidadezinha plantada às margens do Rio Tocantins por Frei Manoel Procópio do Coração de Maria, da atual segunda maior cidade do Maranhão. É a rodovia Belém-Brasília, ou BR-010, que tirou a pequenina cidade do seu sono pachorrento e a transformou na urbe contagiante de progresso e desenvolvimento dos dias de hoje. Um século inteirinho na primeira grande fase da cidade e 68 anos de crescente desenvolvimento urbano.

Para explicar o esforço de crescimento da cidade, mercê do trabalho pioneiro de sua população, vale a pena lembrar o que dela disse Parsondas de Carvalho, o indomável escritor de “O Sertão”. O intelectual rebelde criticou o frade fundador por ter escolhido mal o sítio onde instalou sua vila de Santa Teresa, em 1852. Era um campo alto, arenoso e bonito que agradou e enganou Frei Manoel Procópio. Não podia o frei adivinhar que aquele simpático sítio de ribanceiras inalcançáveis pelas enchentes do Rio Tocantins não comportaria a grande cidade, que 100 anos depois, se tornaria a grande Imperatriz. Mesmo assim, comentava Parsondas de Carvalho, que também aqui viveu muito antes da explosão demográfica ocorrida a partir dos anos 60, o campo alto e bonito era cercado por lagoas e alagadiços que faziam da pequena cidade um lugar insalubre e inóspito. Em ácido comentário, como era de seu feitio, disse que Imperatriz “de bom só tem o homem que a habita.” 

Dito isso, começam nossos comentários sobre o desenvolvimento urbano de Imperatriz. De como a população exprimida à beira do rio atravessou a lagoa do Murici, depois conhecida com o Lagoa da Covap, em demanda da BR-010 e de mais espaços para o crescimento espontâneo e definitivo. Primeiro, veio a ligação do acampamento da Rodobrás, extinta empresa pública construtora da rodovia, com a pequena cidade. Era a rua da piçarra, nossa avenida central, Av. Getúlio Vargas, feita sob os auspícios da construtora. Depois seguiu-se a Av. Luís Domingues, dividindo a entrada e saída da cidade com a avenida central. No início dos anos 60, o então prefeito Raimundo  Barros, à frente de homens portando foices, facões e machados, traçou e desmatou larga avenida conhecida como AV. BR-14, a antiga denominação da Belém-Brasília. É a nossa 2ª. avenida mais importante, lateral da avenida Getúlio Vargas, rebatizada de Av. Dorgival Pinheiro de Sousa, em homenagem ao vice-prefeito, tragicamente desaparecido. Para completar a obra do planejamento urbanístico, o prefeito abriu ruas transversais às três avenidas que demandavam da rodovia federal, denominando-as com os nomes dos estados federados, a começar do Amazonas, Pará, Maranhão e, seguindo o litoral, os demais estados até a Rua Rio de Janeiro, no Entroncamento. Outros estados foram contemplados com nomes de ruas, nos anos seguintes, com o crescimento da cidade. Raimundo Barros ainda reservou, com o mesmo desejo de urbanização, um grande largo como nova praça da cidade, a Praça Tiradentes.

Esse foi o primeiro esforço do governo municipal no sentido da expansão urbana de Imperatriz.

Tratarei de demonstrar, em novos comentários, a etiologia da anatomia urbana de Imperatriz, desde os anos 60. Até a próxima.

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